A ORIGEM JUDAICA DE GRANDE PARTE DO POVO BRASILEIRO


 

Jorge Magalhães Origens judaicas no Brasil

Issac Aboab - Coisas Judaicas
Um povo para ser destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco, destacando o elemento português, nosso colonizador.
Mas, quem foram estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil ? Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil? A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por cristãos-novos, ou seja, os Judeus! Pôr que? (responder esta pergunta poderia ser objeto de um outro artigo).




Em 1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora tinham uma outra denominação: eram os cristãos-novos. Eles eram proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos.
Os judeus sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois, por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquela país. Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico.
O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Exôdo, precisava acontecer novamente. Naquele momento de crise, perseguição e desespero, uma porta se abriu: providência divina ou não, um corajoso português rasga o grande oceano com sua esquadra e, em abril de 1500, o Brasil foi descoberto.

Na própria expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre eles, Gaspar Lemos, Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: - descobria-se um paraíso, uma terra cheia de rios e montanha, fauna e flora jamais vistos.

Teria pensado consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus ? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano.

Assim, milhares e milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.

Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente.
O tema é muito vasto e de grande riqueza bibliográfica e histórica. Assim, queremos com esta matéria abordar ligeiramente o referido tema, despertando, principalmente, o leitor interessado que vive fora da comunidade judaica.

Neste pequeno estudo, queremos mencionar a influência judaica na formação da "raça" brasileira, apresentando apenas alguns fatos históricos importantes ocorridos no Brasil colonial, destacando uma lista de nomes de judeus-portugueses e brasileiros que enfrentaram os julgamentos do “Santo Ofício” no período da Inquisição. Os fatos históricos são muitos e podem ser encontrados em vários livros que tratam com detalhes desse assunto, como já mencionado.

Comecemos, então, apresentando um pequeno resumo da história dos judeus estendendo até ao período do Brasil Colonial.
Desde a época em que o Rei Nabucodonosor conquistou Israel, os hebreus começaram a imigrar-se para a península ibérica. A comunidade judaica na península cresceu ainda mais durante os séculos II e I A.C., no período dos judeus Macabeus. Mais tarde, no ano 70, o imperador Tito ordenou destruir Jerusalém, determinando a expulsão de todo judeu de sua própria terra.

A derrota final ocorreu com Bar Kochba no ano 135 d.C, já na diáspora propriamente dita. A história confirma a presença dos judeus ibéricos, também denominados “sefaradim”, nessa península, no período dos godos, como comprovam as leis góticas que já os discriminavam dos cristãos.
As relações judaico-cristãs começaram a agravar-se rapidamente após a chegada a Portugal de 120.000 judeus fugitivos e expulsos pela Inquisição Espanhola por meio do decreto dos Reis Fernando e Isabel em 31.03.1492.

Não demorou muito, a situação também se agravava em Portugal com o casamento entre D. Manoel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis católicos. Várias leis foram publicadas nessa época, destacando-se o édito de expulsão de D. Manoel I. Mais de 190.000 judeus foram forçados a confessar a fé católica, e após o batismo eram denominados “cristãos-novos”, quando mudavam também os seus nomes.

Várias atrocidades foram cometidas contra os judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças tinham seus crânios esmagados dentro das próprias casas.
O descobrimento do Brasil em 1500 veio a ensejar uma nova oportunidade para esse povo sofrido. Já em 1503 milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil auxiliar na colonização.

Em 1531, Portugal obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em 1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante o Brasil passou a ser terra de exílio, para onde eram transportados todos os réus de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que se diziam aparentemente cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a fé judaica. E é nesses judaizantes portugueses que vieram para o Brasil nessa época que queremos concentrar nossa atenção.

De uma simples terra de exílio a situação evoluiu e o Brasil passou a ser visto como colônia. Em 1591 um oficial da Inquisição era designado para a Bahia, então capital do Brasil. Não demorou muito, já em 1624, a Santa Inquisição de Lisboa processava pela primeira vez contra 25 judaizantes brasileiros (os nomes abaixo foram extraídos dos arquivos da Inquisição da Torre do Tombo, em Lisboa).

Os nomes dos judaizantes e os números dos seus respectivos dossiês foram extraídos do Livro: “Os Judeus no Brasil Colonial” de Arnold Wiznitzer - página 35 - Pioneira Editora da Universidade de São Paulo:

• Alcoforada, Ana 11618
• Antunes, Heitor 4309
• Antunes, Beatriz 1276
• Costa, Ana da 11116
• Dias, Manoel Espinosa 3508
• Duarte, Paula 3299
• Gonçalves, Diogo Laso 1273
• Favella, Catarina 2304
• Fernandes, Beatriz 4580
• Lopes, Diogo 4503
• Franco, Lopes Matheus 3504
• Lopes, Guiomar 1273
• Maia, Salvador da 3216
• Mendes, Henrique 4305
• Miranda, Antônio de 5002
• Nunes, João 12464
• Rois, Ana 12142
• Souza, João Pereira de 16902
• Teixeira, Bento 5206
• Teixeira, Diogo 5724
• Souza, Beatriz de 4273
• Souza, João Pereira de 16902
• Souza, Jorge de 2552
• Ulhoa, André Lopes 5391

Continuando nossa pesquisa, podemos citar outras dezenas e dezenas de nomes e sobrenomes, devidamente documentados, cujas pessoas foram também processadas a partir da data em que a Inquisição foi instalada aqui no Brasil.
È importante ressaltar que nesses processos os sobrenomes abaixo receberam a qualificação de “judeus convictos” ou “judeus relapsos” em alguns casos. Por questão de espaço citaremos apenas nesta primeira parte os sobrenomes, dispensando os pré-nomes:
Abreu, Álvares, Azeredo, Ayre,Affonseca,
Azevedo, Affonso, Aguiar,
Almeida, Amaral, Andrade, Antunes,
Araújo, Ávila, Azeda, Barboza,
Barros, Bastos, Borges, Bulhão,
Bicudo, Cardozo, Campos, Cazado,
Chaves, Costa, Carvalho, Castanheda,
Castro, Coelho, Cordeiro, Carneiro,
Carnide, Castanho, Corrêa, Cunha,
Diniz, Duarte, Delgado, Dias,
Esteves, Évora, Febos, Fernandes,
Flores, Franco, Ferreira, Figueira,
Fonseca, Freire, Froes, Furtado,
Freitas, Galvão, Garcia, Gonçalves,
Guedes, Gomes, Gusmão, Henriques,
Izidro, Jorge, Laguna, Lassa,
Leão, Lemos, Lopes, Lucena,
Luzaete, Liz, Lourenço, Macedo,
Machado, Maldonado, Mascarenhas,
Martins, Medina, Mendes, Mendonça, Mesquita,
Miranda, Martins, Moniz, Monteiro,
Moraes, Morão, Moreno, Motta,
Munhoz, Moura, Nagera, Navarro,
Nogueira, Neves, Nunes, Oliveira,
Oróbio, Oliva, Paes, Paiva,
Paredes, Paz, Pereira, Perez,
Pestana, Pina, Pinheiro, Pinto,
Pires, Porto, Quaresma, Quental,
Ramos, Rebello, Rego, Reis,
Ribeiro, Rios, Rodrigues, Rosa,
Sá, Sequeira, Serqueira, Serra,
Sylva, Silveira, Simões, Siqueira,
Soares, Souza, Tavares, Telles,
Torrones Tovar, Trigueiros, Trindade,
Valle, Valença, Vargas, Vasques,
Vaz, Veiga, Vellez, Vergueiro,
Vieira, Villela
(A lista dos sobrenomes citados acima não exclui a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica. - Fonte: Extraído do livro: “Raízes judaicas no Brasil” - Flávio Mendes de Carvalho - Ed. Nova Arcádia - 1992).
Todos esses judeus brasileiros, cujos sobrenomes estão citados acima, foram julgados e condenados pela Inquisição de Lisboa, sendo que alguns foram deportados para Portugal e queimados, como por exemplo o judeu Antônio Felix de Miranda, que foi o primeiro judeu a ser deportado do Brasil Colônia. Outros foram condenados a cárcere e hábito perpétuo.
Quando os judeus aqui chegavam, desembarcavam na maioria das vezes na Bahia, por ser naquela época o principal porto. Acompanhando a história dessas famílias, nota-se que grande parte delas se dirigia em direção ao sul, muitas vezes fixando residência nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Outros subiam em direção ao norte do país, destacando a preferência pelos Estados de Pernambuco e Pará. Esses estados foram bastante influenciados por uma série de costumes judaicos, que numa outra oportunidade gostaríamos de abordar.
É importante ressaltar que não podemos afirmar que todo brasileiro, cujo sobrenome constante desta lista acima seja necessariamente descendente direto de judeus portugueses.
Para saber-se ao certo necessitaria uma pesquisa mais ampla, estudando a árvore genealógica das famílias, o que pode ser feito com base nos registros disponíveis nos cartórios. Mas, com certeza, o Brasil tem no seu sangue e nas suas raízes os traços marcantes deste povo muito mais do que se imagina, quer na sua espiritualidade, religiosidade ou mesmo em muitos costumes.
Constatamos que o Brasil já se destaca dentre outras nações como uma nação que cresce rapidamente na direção de uma grande potência mundial. A influência histórica judaica-sefardita é inegável.

Os traços físicos de nosso povo, os costumes, hábitos e algumas tradições são marcas indubitáveis desta herança. Mas, há uma outra grande herança de nosso povo, a fé. O brasileiro na sua maioria pode ser caracterizado como um povo de fé, principalmente, quando esta fé está fundamentada no conhecimento do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, no único e soberano Deus de Israel.
Isto sim, tem sido o maior, o melhor e o mais nobre legado do povo judeu ao povo brasileiro e à humanidade..
Fontes Bibliográficas:
Os Judeus no Brasil Colonial - Arnold Wiznitzer
Editora Pioneira - SP - 1996
Raízes judaicas no Brasil - Flávio Mendes Carvalho
Editora Nova Arcádia - SP - 1992
Estudos sobre a comunidade judaica no Brasil
Nachman Falbel Fisesp - SP.
Judaizantes e judeus no Brasil - Egon e Frieda Wolff - RJ.
copiado do site :  http://www.coisasjudaicas.com/2010/06/origens-judaicas-no-brasil.html
Significado dos sobrenomes judaicos
Coisas Judaicas
Sobrenomes - Coisas Judaicas



Origem e significado dos sobrenomes dos judeus

Há dezenas de milhares de sobrenomes judeus utilizando a combinação das cores, dos elementos da natureza, dos ofícios, cidades e características físicas.

Um pequeno exercício é perguntar: Quantos sobrenomes judaicos podemos reconhecer com a raiz das seguintes palavras?

Cores: Roit, Roth (vermelho); Grun, Grin (verde); Wais, Weis, Weiss (branco); Schwartz, Swarty (escuro, negro);

Gelb, Gel (amarelo).

Panoramas: Berg (montanha); Tal, Thal (vale); Wasser (água); Feld (campo);

Stein (pedra); Stern (estrela); Hamburguer (morador da vila).

Metais, pedras preciosas, mercadorias: Gold (ouro), Silver (prata), Kupfer (cobre), Eisen (ferro), Diamant, Diamante (diamante), Rubin (rubi), Perl (pérola), Glass, (vidro), Wein (vinho).

Vegetação: Baum, Boim (árvore); Blat (folha); Blum (flor); Rose (rosa); Holz (Madeira).

Características físicas: Shein, Shen (bonito); Hoch (alto); Lang (comprido); Gross, Grois (grande), Klein (pequeno), Kurtz (curto); Adam (homem).

Ofícios: Beker (padeiro); Schneider (alfaiate); Schreiber (escriturário); Singer (cantor).

Holtzkocker (cortador de madeira), Geltschimidt (ourives), Kreigsman, Krigsman, Krieger, Kriger (guerreiro, soldado), Eisener (ferreiro), Fischer (peixeiro, pescador), Gleizer (vidreiro).

Utilizaram-se as palavras de forma simples, combinadas e com a agregação de sílabas como son, filho; man, homem; er: que designa lugar, agregando-se preferencialmente após o final do nome da cidade.

Em muitos países adaptaram-se as terminações dos sobrenomes ao uso do idioma do país como o sufixo "ski", "sky" ou "ska" para o caso de mulher, "as", "iak", "shvili" , "wicz" ou "vich".

Então, com a mesma raiz, temos por exemplo: Gold, que deriva em Goldman, Goldrossen, Goldanski, Goldanska, Goldas, Goldiak, Goldwicz, etc.

A terminação indica que idioma falava-se no país de onde é o sobrenome.

Sobrenomes espanhóis: Entre os sobrenomes judaicos espanhóis é fácil reconhecer ofícios, designados em árabe, ou em hebraico, como: Amzalag (joalheiro); Saban (saboneiro); Nagar (carpinteiro); Haddad (ferreiro); Hakim (médico).

Profissões relacionadas com a sinagoga como: Hazan (cantor); Melamed (maestro); Dayan (juiz). Cohen (rabino). Levy, Levi (auxiliar do templo).

Títulos honoríficos: Navon (sábio); Moreno (nosso mestre) e Gabay (oficial).

O sobrenome popular Peres, muitas vezes escrito Perez, com a terminação idiomática espanhola, não é, no entanto, sobrenome de origem espanhola, mas uma palavra hebraica que designa os capítulos nos quais a Torá (os cinco livros do Pentateuco), se divide para sua leitura semanal, de forma a completar em um ano a leitura da Torá.

Muitos sobrenomes espanhóis adquiriram pronuncia ashkenazi na Polônia, como exemplo, Castelanksi, Luski (que vem da cidade de Huesca, na Espanha).

Ou tomaram como sobrenome Spanier (espanhol), Fremder (estranho) ou Auslander (estrangeiro). Na Itália a Inquisição se instalou depois que na Espanha, de modo que houve também judeus italianos que emigraram para a Polônia. Aparece o sobrenome Italiener e Welsch ou Bloch, porque a Itália é também chamada de Wloche em alemão.

Nomes de cidade ou país de residência: Exemplos: Berlin, Berliner, Frankfurter, Danziger, Oppenheimer, Deutsch ou Deutscher (alemão), Pollack (polonês), Breslau, Mannheim, Cracóvia, Warshaw, (Varsóvia).

Nomes comprados: Exemplos: Gluck (sorte), Rosen (rosas), Rosenblatt (papel ou folha de rosas), Rosenberg (montanha de rosas), Rothman (homem vermelho), Koenig (rei),Koenigsberg (a montanha do rei), Spielman (homem que joga ou toca), Lieber (amante), Berg (montanha), Wasserman (morador da água), Kershenblatt (papel de igreja), Kramer (que tenta passar como não judeu).

Nomes designados (normalmente indesejáveis): Exemplos: Plotz (morrer), Klutz (desajeitado), Billig (barato).

Sobrenomes oriundos da Bíblia: Uma boa quantidade de sobrenomes judeus deriva dos nomes bíblicos, ou de cidades européias da Ásia Menor. Isto muitas vezes fez os judeus levarem consigo as pegadas dos lugares em que se originaram. Tomemos como exemplo de "raiz de sobrenome" o nome de Abraham (Abrahão). Filho de Abraham se diz diferentemente em cada idioma. Abramson, Abraams, Abramchik em alemão, ou holandês. Abramov ou Abramoff em russo.

Abramovici, Abramescu em rumeno. Abramski, Abramovski nas línguas eslavas.

Abramino em espanhol, Abramelo em italiano. Abramian en armênio, Abrami, Ben Abram em hebraico. Bar Abram em aramaico e Abramzadek ou Abrampur em persa.

Abramshvili em georgiano, Barhum ou Barhuni em árabe.

Os judeus de países árabes também usaram o prefixo ibn. Os cristãos também passaram a usar seus sobrenomes com agregados que significam "filho de". Os espanhóis usam o sufixo "ez", os suecos o sufixo "sen" e os escoceses põem "Mac" no início do sobrenome. Os sobrenomes judaicos não tomaram a terminação sueca nem o prefixo escocês.

Pode-se constatar essas variações olhando em catálogos telefônicos quantos sobrenomes há derivados de Abraham, Isaac e Jacob. Há também sobrenomes judeus que seguem o nome de mulheres, mas é menos comum. As vezes isto acontecia porque as mulheres eram viúvas, ou por alguma razão eram figuras dominantes na família. Goldin vem de Golda. Hanin de Hana. Perl, ou Perles de Rivka. Um fato curioso apresenta o sobrenome Ginich. A filha do Gaon de Vilna se chamava Gine, e se casou com um rabino vindo da Espanha. Seus filhos e netos ficaram conhecidos como os descendentes de Gine e tomaram o sobrenome Ginich.

Também há sobrenomes derivados de iniciais hebraicas, como Katz ou Kac, que em polonês se pronuncia Katz. São duas letras em hebraico, K e Z iniciais das palavras Kohen Zedek, que significa "sacerdote justo".

Sobrenomes adquiridos em viagens: Nos sobrenomes que derivam de cidades a origem é clara em Romano, Toledano, Minski, Kracoviac, Warshawiak (de Varsóvia). Outras vezes o sobrenome mostra o caminho que os judeus tomaram na diáspora. Por exemplo, encontramos na Polônia sobrenomes como Pedro, que é um nome ibérico. O que indica? Foram judeus que escaparam da Inquisição espanhola no século XV.

Em sua origem, possivelmente eram sefaradim, mas se mesclaram e adaptaram ao meio azkenazi. Muitas avós polonesas se chamam Sprintze. De onde vem esse nome? O que significa? Lembrem-se que em hebraico não se escrevem as vogais, assim que é um nome que se escreve em letras hebraicas Sprinz, que em polonês se lê Sprintze, mas como leríamos esse nome se colocássemos as vogais? Em español, seria Esperanza, e em português Esperança, que escrito em hebraico e lido em polonês resulta Sprintze.

Mudança de sobrenomes: Existem muitas histórias nas mudanças dos sobrenomes. Durante as conversões forçadas na Espanha e em Portugal, muitos judeus se converteram adotando novos sobrenomes, que as paróquias escolhiam para os "cristãos novos" como Salvador ou Santa Cruz. Outros receberam o sobrenome de seus padrinhos cristãos.

Mais tarde, ao fugir para a Holanda, América ou ao Império turco, voltaram à religião judaica, sem perder seu novo sobrenome. Assim apareceram sobrenomes como Diaz ou Dias, Errera ou Herrera, Rocas ou Rocha, Marias ou Maria, Fernandez ou Fernandes, Silva, Gallero ou Galheiro, Mendes, Lopez ou Lopes, Fonseca, Ramalho, Pereira e toda uma série de denominações de árvores frutíferas (Macieira, Laranjeira, Amoreira, Oliveira e Pinheiro). Ou ainda de animais como Carneiro, Bezerra, Lobo, Leão, Gato, Coelho, Pinto e Pombo.

Outra mudança de sobrenomes foi causada pelas guerras. As pessoas pederam, ou quiseram perder seus documentos, e se "conseguia" um passaporte com sobrenome que não denunciava sua origem, para cruzar a salvo uma fronteira, ou escapar do serviço militar.

Nos fins do século XIX o Czar da Rússia, exigia 25 anos de serviço militar obrigatório, especialmente dos judeus. Quantos imigrantes fugiram da Rússia e da Ucrânia com passaportes mudados para evitar uma vida dedicada ao exército do Czar? Outra questão é que somos filhos de imigrantes, e muitos sobrenomes se desfiguraram com a mudança de país e de idioma. As vezes eram os funcionários da Alfândega ou da Imigração, outras o próprio imigrante que não sabia espanhol, ou escrevia mal. Por isso, muitos integrantes da mesma família têm sobrenomes similares em som, mas escritos com grafia diferente.

Além disso, na Polônia a mulher tinha um sobrenome diferente do masculino, terminava em "ska", no lugar de "ski", pois indicava o gênero. Esses, são só alguns dos milhares de sobrenomes judeus existentes. E assim a história continua...

Pra continuar suas pesquisas indicamos os links abaixo: 


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Jorge Magalhães Sobrenomes usados por cristãos novos processados pela Inquisição

Cristãos Novos
Genealogia Judaico-Brasileira



O que toda essa história tem a ver com você? Estima-se que cerca de um décimo (1/10), da população brasileira seja de descendentes de judeus cristãos-novos - alguns historiadores afirmam que na verdade essa proporção é de 35%. Isso equivale, na menor das estimativas, a 17 milhões de pessoas.
Segue-se uma lista retirada do livro "As raízes judaicas no Brasil", de Flávio Mendes de Carvalho, com os sobrenomes de cristãos-novos, brasileiros ou residentes no Brasil, condenados pela Inquisição nos séc. XVII e XVIII e que constam nos arquivos da Torre do Tombo em Lisboa.
A sua família pode estar citada aqui! É bom lembrar que os judeus, por ocasião da conversão forçada e para esconder suas raízes e evitar a perseguição, adotaram muitos sobrenomes de cristãos-velhos. Assim o fato de um sobrenome estar na lista não nos garante dizer que todas as pessoas que o carregam são descendentes dos cristãos-novos.
Por outro lado, o fato de outro sobrenome não estar, não quer dizer que não seja de origem judaica, posto que a pesquisa de Flávio Mendes não abrangeu todo o período de atuação da Inquisição e ainda que muitas famílias conseguiram manter-se em segredo.
Na obra do historiador, também descendente de cristãos-novos, constam os nomes e na maioria das vezes a naturalidade, o parentesco e residência dos judaizantes - termo como eram chamados os conversos descobertos praticando o judaísmo. Há vários casos em que muitos dos membros de uma mesma família foram condenados e torturados para delatar a sua própria gente.



Nota sobre os nomes de árvore como sobrenome judaico


Corre pelo Brasil uma certa crença de que todos os sobrenomes com nomes de planta e de animais são sobrenomes de cristãos-novos. Isso é um mito porque muitos desses nomes são bastante antigos e usados igualmente por famílias cristãs-velhas. Ainda há, como pode ser visto na lista, diversos outros tipos de sobrenomes também adotados pelas famílias de conversos, como os de origem geográfica (p. ex. Toledo, Évora), os de alcunha (p. ex. Moreno, Bueno), os de profissões (p. ex. Ferreira), os derivados de nomes de pessoas (p. ex. Henriques, Fernandes), entre outros.


A
Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Ávila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo


B
Bacelar Balão Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirão Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Bragança Brandão Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhão


C
Cabaco Cabral Cabreira Cáceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrão Callado Camacho Câmara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Cárceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Cásseres Castenheda Castanho Castelo Castelo Branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Céspedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaço Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilhã Crasto Cruz Cunha


D
Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes


E
Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora


F
Faísca Falcão Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijão Feijó Fernandes Ferrão Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaça Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Francês Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado


G
Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvão Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilão Gil Godinho Godins Goes Gomes Gonçalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmão Guterres


H/I
Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordão Jorge Jubim Julião


L
Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leão Ledesma Leitão Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucão Loureiro Lourenço Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte


M
Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhães Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marçal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melão Mello Mendanha Mendes Mendonça Menezes Mesquita Mezas Milão Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morão Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz


N
Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes


O
Oliva Olivares Oliveira Oróbio


P
Pacham/Pachão/Paixão Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proença


Q
Quadros Quaresma Queiroz Quental


R
Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz


S
Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarém Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrão Serveira Silva Silveira Simão Simões Soares Siqueira Sodenha Sodré Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza


T/U
Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Trindade Uchôa


V/X/Z

Valladolid Vale Valle Valença Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalão Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga


Presença judaica na língua portuguesa




Presença judaica na língua portuguesa, expressões e dizeres populares em português de origem cristã-nova  ou marrana.


O objetivo do presente trabalho é apresentar alguns exemplos de influência judaica na língua portuguesa, a partir de uma ampla pesquisa sócio-linguística que venho desenvolvendo há anos. A opção por judaica (e não hebraica) deve-se a uma perspectiva filológica e histórica mais abrangente, englobando dialetos e idiomas judaicos, como o ladino (judeu-espanhol) e o iídiche (alemão), entre os mais conhecidos, além de vocábulos judaicos e expressões hebraicas que passaram a integrar o vernáculo a partir de subterfúgios e/ ou corruptelas, cuja origem remonta à bagagem cultural de colonizadores judeus, cristãos-novos e marranos.

Há uma significativa probabilidade estatística de brasileiros descendentes de ibéricos, principalmente portugueses, terem alguma ancestralidade judaica. A base histórica para tal é a imigração maciça de judeus expulsos da Espanha, em 1492, para Portugal, devido à contiguidade geográfica e às promessas (não cumpridas) do Rei D. Manuel I, que traziam esperança de sua sobrevivência judaica como tal. Mesmo com a expulsão de Portugal em 1497, os judeus (além dos cristãos-novos e dos cripto-judeus ou marranos) chegaram a constituir 20 a 25% da população local.


Sefaradim (de Sefarad, Espanha, da Península Ibérica) procuraram refúgio em países próximos no Mediterrâneo, norte da África, Holanda e nas recém-descobertas terras de além-mar nas Américas, procurando escapar da Inquisição. Até hoje é controversa a origem judaica ou criptojudaica de descobridores e colonizadores do Brasil, para onde imigraram incontáveis cristãos-novos, alternando durante séculos uma vida como judeus assumidos e marranos, praticando o judaísmo secretamente (fora os que permaneceram efetivamente católicos), de acordo com os ventos políticos, sob o domínio holandês ou a atuação da Inquisição, variando de um clima de maior tolerância e liberdade à total intolerância e repressão.

Comparando apenas sob o ponto de vista cronológico, nem sempre lembramos que, enquanto o Holocausto na Segunda Guerra Mundial foi tão devastador, especialmente nos quatro anos de extermínio maciço de judeus, a Inquisição durou séculos, pelo menos três dos cinco da história “oficial” do Brasil, isto é, após o descobrimento. Tantos séculos de medo, denúncias, processos e mortes, geraram, por um lado, um ambiente psicológico de terror para os judeus e cristãos novos no Brasil; por outro, um anti-semitismo evidente ou subliminar que permaneceu arraigado na população, inclusive como autodefesa e proteção.

Uma característica do comportamento de cristãos-novos “suspeitos” foi procurar ser “mais católicos do que os católicos”, buscando sobreviver à intolerância e determinando práticas sócio-culturais e lingüísticas.

A citada alternância entre vidas assumidamente judaicas e marranas, praticando judaísmo em segredo, com costumes variados, unificados pela “camuflagem” de seu teor judaico, gerou comportamentos e aspectos culturais (abrangendo rituais, superstições, ditados populares, etc.) que se arraigaram à cultura nacional. A maioria da população desconhece que muitos costumes e dizeres que fazem parte da cultura brasileira têm sua origem em práticas criptojudaicas. Apresentarei alguns exemplos bem como suas origens e explicações, a partir da origem judaica “marrana”.

“Gente da nação” é uma das denominações para designar marranos, judeus, cristãos-novos e cripto-judeus, embora existam diferenças entre termos e personagens.

Cristãos-novos foi denominação dada aos judeus que se converteram em massa na Península Ibérica nos séculos XIII e XIV; é preconceituosa devido à distinção feita entre os mesmos e os “cristãos-velhos”, concretizado nas leis espanholas discriminatórias de “Limpieza de Sangre” do século XV.


Criptojudeus eram os cristãos-novos que mantiveram secretamente seu judaísmo. Gente da nação era a expressão mais utilizada pela Inquisição e Marranos, como ficaram mais conhecidos. Embora todos fossem descendentes de judeus, só poucos voltaram a sê-lo, e em países e épocas que o permitiram.

O próprio termo “marrano” possui uma etimologia diversificada e antitética. Unterman (1992: 166), conceitua de forma tradicional, como “nome em espanhol para judeus convertidos ao cristianismo que se mantiveram secretamente ligados ao judaísmo. A palavra tem conotação pejorativa” geralmente aplicada a todos os cripto-judeus, particularmente aos de origem ibérica. 

Em 1391 houve uma maciça conversão forçada de judeus espanhóis, mas a maioria dos convertidos conservou sua fé. Já Cordeiro (1994), com base nas pesquisas de Maeso (1977), afirma que a tradução por “porco” em espanhol tornou-se secundária diante das várias interpretações existentes na histografia do marranismo.

Para o historiador Cecil Roth (1967), marrano, velho termo espanhol que data do início da Idade Média que significa porco, aplicado aos recém-convertidos (a princípio ironicamente devido à aversão judaica à carne de porco), tornou-se um termo geral de repúdio que no século XVI se estendeu e passou a todas as línguas da Europa ocidental.

A designação expressa a profundidade do ódio que o espanhol comum sentia pelos conversos com quem conviviam. Seu uso constante e cotidiano carregado de preconceito turvou o significado original do vocábulo. Em “Santa Inquisição: terror e linguagem”, Lipiner (1977) apresenta as definições: “Marranos: As derivações mais remotas e mais aceitáveis sugerem a origem hebraica ou aramaica do termo. Mumar: converso, apóstata. Da raiz hebraica mumar, acrescida do sufixo castelhano ano derivou a forma composta mumrrano, abreviado: Marrano. 

Tratar-se-ia, pois de um vocábulo hebraico acomodado às línguas ibéricas. Marit-áyin: aparência, ou seja, cristão apenas na aparência. Mar-anús: homem batizado à força. Mumar-anus: convertido à força. Contração dos dois termos hebraicos, mediante a eliminação da primeira sílaba”. Anus, em hebraico, significa forçado, violentado.

Antes de exemplificar a contribuição lingüística marrana, convém ressaltar que a vinda dos portugueses para o Brasil trouxe consigo todos os empréstimos culturais e lingüísticos que já haviam sido incorporados ao cotidiano ibérico, desde uma época anterior à Inquisição, além de novos hábitos e características; muitas palavras e expressões de origem hebraica foram incorporadas ao léxico da língua portuguesa mesmo antes de os portugueses chegarem ao Brasil. Elas encontram-se tão arraigadas em nosso idioma que muitas vezes têm sua origem confundida como sendo árabe ou grega. 

Exemplo: a “azeite”, comumente atribuída uma origem árabe por se assemelhar a um grande número de palavras começadas por “al-” (como alface, alfarrábio, etc.), identificadas como sendo de origem árabe por esta partícula corresponder ao artigo nesta língua. O artigo definido hebraico é a partícula “a-” e “azeite” significa, literalmente, em hebraico “a azeitona” (ha-zait).

Apesar da presença judaica por tantos séculos, em Portugal como no Brasil, as perseguições resultaram também em exclusões vocabulares. A maior parte dos hebraísmos chegou ao português por influência da linguagem religiosa, particularmente da Igreja Católica, fazendo escala no grego e no latim eclesiásticos, quase sempre relacionados a conceitos religiosos, exemplos: aleluia, amém, bálsamo, cabala, éden, fariseu, hosana, jubileu, maná, messias, satanás, páscoa, querubim, rabino, sábado, serafim e muitos outros.

Algumas palavras adotaram outros significados, ainda que relacionados à idéia do texto bíblico. Exemplos: babel indicando bagunça; amém passando a qualquer concordância com desejos; aleluia usada como interjeição de alívio.


O preconceito marca palavras originárias do hebraico usadas de forma depreciativa, como: desmazelo (de mazal – negligência, desleixo), malsim (de mashlin – delator, traidor), zote (de zot / subterrâneo, inferior, parte de baixo – pateta, idiota, parvo, tolo), ou tacanho (de katan – que tem pequena estatura, acanhado; pequeno; estúpido, avarento); além de palavras relacionadas a questões financeiras, como cacife, derivada de kessef = dinheiro.

Dezenas de nomes próprios têm origem hebraica bíblica, como: Adão, Abraão, Benjamim, Daniel, Davi, Débora, Elias, Ester, Gabriel, Hiram, Israel, Ismael, Isaque, Jacó, Jeremias, Jesus, João, Joaquim, José, Judite, Josué, Miguel, Natã, Rafael, Raquel, Marta, Maria, Rute, Salomão, Sara, Saul, Simão e tantos outros. Alguns destes, na verdade, são nomes aramaicos, oriundos da Mesopotâmia, como Abraão (Avraham), que se incorporaram ao léxico hebraico no início da formação do povo hebreu.

Podemos citar centenas de nomes e sobrenomes de judaizantes e números de seus dossiês, desde a instalação da Inquisição no Brasil, a partir dos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, e de livros como Wiznitzer (1966), Carvalho (1982), Falbel (1977), Novinsky (1983), Dines (1990), Cordeiro (1994), etc. 

Sobrenomes muito comuns, tanto no Brasil como em Portugal, podem ser atribuídos a uma origem sefardita, já que uma das características marcantes das conversões forçadas era a adoção de um novo nome. Muitos conversos adotaram nomes de plantas, animais, profissões, objetos, etc., e estes podem ser encontrados em famílias brasileiras, até hoje, em número tão grande que seria difícil enumerá-los. Exemplos: Alves, Carvalho, Duarte, Fernandes, Gonçalves, Lima, Silva, Silveira, Machado, Paiva, Miranda, Rocha, Santos, etc. Não devemos excluir a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica.

Porém é importante ressaltar que não se pode afirmar que todo brasileiro cujo sobrenome conste dos processos seja descendente direto de judeus portugueses; para se ter certeza é necessária uma pesquisa profunda da árvore genealógica das famílias.

Há ainda algumas palavras e expressões oriundas do misticismo judaico, tão desenvolvido na idade média. O estudo do Talmud e da Cabalá trouxe também contribuições do aramaico, como a conhecida expressão “abracadabra”, que é tida pela nossa cultura como uma “palavra mágica” (num sentido fabuloso), mas que, na realidade pode ser traduzida como “criarei à medida que falo” (num sentido real e sólido para a cultura judaica).

Algumas palavras também designam práticas judaicas ou formas de encobri-las, especialmente observável nos costumes alimentares. Por exemplo: os judeus são proibidos pela Torá de comer carne de porco, porque tem os cascos fendidos e não rumina, sendo, portanto, impuro. 

Para simular o abandono desse princípio e enganar espiões da Inquisição, os cristãos-novos inventaram as alheiras, embutidos à base de carne de vitelo, pato, galinha, peru – e nada de porco. Após algumas horas de defumação já podem ser consumidos. Da mesma forma, peixes “de couro” (sem escamas) não serviam para consumo.

Passando às expressões, apresento alguns exemplos, sua origem e explicação:

– “Ficar a ver navios” – Em 1492 foi determinado que os judeus que não se convertessem teriam de deixar a Espanha até ao fim de julho. Centenas de milhares então se fixaram em Portugal. O casamento do rei D. Manuel com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, levou-o a aceitar a exigência espanhola de expulsar todos os judeus residentes em Portugal que não se convertessem ao catolicismo, num prazo que ia de Janeiro a Outubro de 1497. 

O rei Dom Manuel precisava dos judeus portugueses, pois eram toda a classe média e toda a mão-de-obra, além da influência intelectual. Se Portugal os expulsasse logo como fez a Espanha, o país passaria por uma crise terrível. Na realidade D. Manuel não tinha qualquer interesse em expulsar esta comunidade, que então constituía um destacado elemento de progresso nos setores da economia e das profissões liberais. 

A sua esperança era que, retendo os judeus no país, os seus descendentes pudessem eventualmente, como cristãos, atingir um maior grau de aculturação. Para obter os seus fins lançou mão de medidas extremamente drásticas, como ter ordenado que os filhos menores de 14 anos fossem tirados aos pais a fim de serem convertidos. Então fingiu marcar uma data de expulsão na Páscoa. 

Quando chegou a data do embarque dos que se recusavam a aceitar o catolicismo, alegou que não havia navios suficientes para os levar e determinou um batismo em massa dos que se tinham concentrado em Lisboa à espera de transporte para outros países. 

No dia marcado, estavam todos os judeus no porto esperando os navios que não vieram. Todos foram convertidos e batizados à força, em pé. Daí a expressão: “ficaram a ver navios”. O rei então declarou: não há mais judeus em Portugal, são todos cristãos (cristãos-novos) . Muitos foram arrastados até a pia batismal pelas barbas ou pelos cabelos.

– “Pensar na morte da bezerra”: frase tão comumente dita por sertanejos quando querem referir-se a alguém que está meditando com ares de preocupação: “está pensando na morte da bezerra”. Registram as denunciações e as confissões feitas ao Santo Oficio, a noção popular, naquele distante período, do que seria o livro fundamental do judaísmo: a Torá. De Torá veio Toura e depois, bezerra, havendo inclusive quem afirmasse ter visto em cara de alguns cristãos-novos, o citado objeto, com chifres e tudo.

– “Passar a mão na cabeça”, com o sentido de perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido, é memória da maneira judaica de abençoar de cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto pronunciava a bênção.

– Seridó, região no Rio Grande do Norte, tem seu nome originário da forma hebraica contraída: Refúgio dele. Porém, não é o que escreve Luís da Câmara Cascudo, indicando uma origem indígena do nome da região, de “ceri-toh”. Em hebraico, a palavra Sarid significa sobrevivente. Acrescentando- se o sufixo ó, temos a tradução sobrevivente dele. A variação Serid, “o que escapou”, pode ser traduzido também por refúgio. Desse modo, a tradução para o nome seridó seria refúgio dele ou seus sobreviventes.

– Passar mel na boca: quando da circuncisão, o rabino passa mel na boca da criança para evitar o choro. Daí a origem da expressão: “Passar mel na boca de fulano”.

– Para o santo: o hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá, anunciado pelo Profeta Elias).

– “Que massada!” –usada para se referir a uma tragédia ou contra-tempo, é uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo.

– “Pagar siza” significando pagar imposto vem do hebraico e do aramaico (mas = imposto, em hebraico de misa, em aramaico).

– “Vestir a carapuça” ou “a carapuça serve para ...” vem da Idade Média inquisitorial, quando judeus eram obrigados a usar chapéus pontudos (ou com três pontas) para serem identificados.

– “Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado, dentro de caixas variadas, no batente direito das portas).


– "Deus te crie" após o espirro de alguém é uma herança judaica da frase Hayim Tovim, que pode ser traduzido como tenha uma boa vida.

– “Pedir a bênção” aos pais, ao sair e chegar em casa, é prática judaica que remonta à benção sacerdotal bíblica, com a qual pais abençoam os filhos, como no Shabat e no Ano Novo.

– “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade” bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, costume arraigado até os dias de hoje, para “não jogar a sorte fora” é uma camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos portais de entrada, bem como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do Shabat (Sábado, dia santo de descanso semanal) e de Pessach.

– “Apontar estrelas faz crescer verrugas nos dedos” era a superstição que se contava às crianças para não serem vistas contando estrelas em público e denunciadas à Inquisição, pois o dia judaico começa no anoitecer do dia anterior, ao despontar das primeiras estrelas, dado necessário para identificar o início do Shabat e dos feriados judaicos.

Para concluir, gostaria de mencionar um tema polêmico decorrente deste intercâmbio cultural-religioso: sua influência no português, em vocábulos que adquiriram uma conotação pejorativa e negativa. Os mais discutidos são: judeu, significando usurário, o verbo judiar (e o substantivo judiação) com o sentido de maltratar, torturar, atormentar. 

Seja sua origem a prática de “judaizar” (cristãos-novos mantendo judaísmo em segredo e/ ou divulgando-o a outros), seja como referência ao maltrato e às perseguições sofridas pelos judeus durante a Inquisição, o fato é que, sem dúvidas, sua conotação é negativa, e cabe a nós estudiosos do assunto e vítimas do preconceito, esclarecer a população e a mídia, alertando e visando à erradicação deste uso, não só pelo desgastado “politicamente correto”, que leva a certos exageros, mas para uma conscientização do eco subliminar de um longo passado recente, Pelo qual não basta o pedido de perdão, se não conduzir a uma mudança no comportamento social.

Jane Bichmacher de Glasman (UERJ)
Referências Bibliográficas:
CARVALHO, Flávio Mendes de. Raízes judaicas no Brasil. São Paulo: Arcádia, 1982.
CORDEIRO, Hélio Daniel. Os marranos e a diáspora sefaradita. São Paulo: Israel, 1994.
DINES, Alberto. Vínculos do fogo. São Paulo: Cia. das Letras. 1990.
FALBEL, Nachman & GUINSBURG, Jacó. (org.) Os marranos. São Paulo: CEJ; USP, 1977.
GONÇALVES DE MELLO, José Antonio. Gente da Nação In: Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. 1979.
HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
LIPINER, Elias. Santa inquisição: Terror e linguagem. Rio de Janeiro. Documentário, 1977.
MAESO, David Gonzalo. A respeito da etimologia do vocábulo ‘marrano’. São Paulo, CEJ, 1977.
NOVINSKY, Anita. A inquisição. São Paulo: Brasiliense, 1983.
ROTH, Cecil (ed.) Enciclopédia judaica. Rio de Janeiro. Tradição, 1967.
UNTERMAN, Alan. Dicionário judaico de lendas e tradições. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.
WIZNITZER, Arnold. Os judeus no Brasil Colonial. São Paulo: Pioneira, 1966.
 
 
 

Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos

A origem dos Sobrenomes judaicos



Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos - Onomástica italiana
Aldo Campagnano

O sobrenome é o nome próprio que pertence a uma família e que se transmite de pai para filho. Em italiano é chamado de “cognome” e deriva do latim cum nome, no sentido que se acompanha ao nome para melhor caracteriza-lo. O sobrenome é uma criação que corresponde a uma determinada etapa da sociedade, uma conquista relativa a estabilidade e a organização dos indivíduos na coletividade.

Nas línguas neo-latinas ou germânicas o sobrenome é invariável, em outras é conjugado por gênero e numero.
Na antiga Grécia as pessoas eram identificadas com o nome próprio (os nomes individuais eram continuamente inventados), do pai ou da localidade de origem, habito este transferido pelos ancestrais indo-europeus.
Os latinos, população céltica, usavam um sistema onomástico muito semelhante ao atual; era um dos mais complexos e antigos do Ocidente. A explicação para esta complexidade é de natureza social: de fato a família latina era mais organizada da grega, constituindo uma espécie de pequeno estado dentro do Estado.

Os nomes dos latinos possuíam uma formula trimembre, que se construiu progressivamente com o passar das épocas e das correspondentes mudanças sociais:
Ex.: Praenomen (Caio) + Nomen (Julius) + Cognomen (Cesar)
No começo também os romanos usavam somente o nome individual (praenomen). Em seguida para indicar o grande grupo familiar (gens) ao qual o individuo pertencia o nomen foi acrescentado ao praenomen; mas, para evitar confusões nas formulas onomásticas, quando estes grupos (gens) ficaram muito grandes, para distinguir os diferentes ramos dentro da mesma gens, foi acrescentado o cognomen, que se tornou hereditário.

O praenomen passou a ser usado somente entre pessoas que tinham muita familiaridade entre si.
Com a queda do Império Romano, o advento do cristianismo e as grandes invasões bárbaras, os vínculos familiares e sociais mudaram e mudou também o sistema onomástico dos latinos.
A formula trimembre romana caiu em desuso por vários motivos: por causas religiosas, o cristianismo, com sua nova ideologia igualitária e o novo espírito de humildade renunciou as distinções supérfluas; por causas sociais e políticas, em 212, com o edito de Caracalla (Constitutio Antoniana) a cidadania romana era estendida a todos os homens livres do Império e aos imigrantes, perdendo assim a formula trimembre seu valor como “símbolo de classe”; e enfim por motivos lingüísticos, o praenomen e o nomen, estendidos a todos os homens livres perderam a função de identificar, esta função foi transferida sobre o cognomen.

Voltou-se assim ao nome único (muito difundido o dos Santos), não hereditário e substituído as vezes, em ambiente familiar, por diminutivos e eventualmente seguido por adições relativas as suas qualidades, a patronímicos ou toponímicos.
O sistema de nome único se revelou inadequado e na Itália, como em toda a Europa cristã, sentiu-se a necessidade de acrescentar ao nome pessoal um novo elemento para distinguir os indivíduos: voltaram assim os patronímicos, os toponímicos e os apelidos.

A partir do séc. IX até o começo do ano 1000, quando o governo feudal estava definitivamente consolidado, os nobres feudais acrescentaram a seus nomes o nome da terra que acabou ficando como sobrenome geográfico. Tal sobrenome podia ser transferido ao filho primogênito.

O sobrenome foi se difundindo lentamente enquanto a sociedade se tornava sempre mais complexa e organizada e as pessoas abandonavam o campo para as cidades que se transformaram, por sua vez, em grandes conglomerados urbanos.
A consolidação do uso do sobrenome seguia o aumento das relações entre as pessoas e a estruturação da organização social que acabou se baseando em três itens: o individuo, a família e o Estado, estrutura social que surgiu na Itália com a formação das Comunas. Nestas os primeiros difusores dos sobrenomes foram os burocratas: tabeliões, oficiais de justiça e os fiscais contribuíram para a hereditariedade destes registrando-os sobre atas, registros, etc., facilitando a identificação das pessoas que, tendo somente o nome, podiam ser identificados somente através dos nomes dos pais e avós.

As Comunas foram os lugares de origem dos sobrenomes e como a cidade de Veneza foi a primeira a ter uma sua própria independência os primeiros sobrenomes apareceram nesta cidade.

Parece que nesta, já a partir de 819, algumas pessoas já tinham usado uma segunda distinção além do nome próprio, mas é somente durante o 1200 que esta qualificação, com uma fórmula trimembre difundida em cada classe do povo, formada por nome, sobrenome e apelido, alcançou sua definitiva consolidação. Assim a fixação, o uso e a tutela do sobrenome transformaram-se em elementos ligados com a identidade pessoal.
A partir de 1500 o uso do sobrenome era um fato universalmente e definitivamente adquirido. Os sobrenomes, assim como os brasões e as marcas de fabrica, eram transmitidos de geração em geração á regrediram devido a extinção de muitos grupos familiares.

A Igreja teve um importante papel no processo de cristalização dos sobrenomes e, mais exatamente, o clero que se encontrava em todas as cidades e aldeias.
Em 1563, o Concilio de Trento - convocado para promover a Reforma da Igreja na tentativa de remediar a fratura entre católicos e protestantes – entre outras coisas decretou a obrigação de cuidar dos registros de batismo que, a partir deste momento passaram a registrar não somente os nomes das pessoas mas também os de suas famílias. Isto foi determinante na história e significado do sobrenome que passava a validar o uso, difundido a partir do fim de 1300, da proibição de casamentos entre consangüíneos.

Os Estados delegaram, por mais de dois séculos, as funções de emitir atestados de nascimento, casamento e morte à estrutura da Igreja, dando mais fé a ela do que a seus próprios registros.

O conjunto das disposições eclesiásticas relativas aos sobrenomes constituía um sistema completo muito aparecido com o de hoje.
Uma lei de 1803, decretada na França e adaptada depois a outros Estados, proclamava a imutabilidade do nome (entendendo com este o conjunto de nome de batismo e sobrenome), mas permitia a possibilidade de troca-lo com uma autorização por justos motivos.

Tal norma afirmava a necessidade da legalização do nome que se transformou em um verdadeiro objeto de propriedade do cidadão além de um instrumento de ordem ao serviço de um Estado eficiente do ponto de vista administrativo.
Em 1813 uma outra lei francesa (a Itália neste período foi transformada em um conjunto de varias Republicas dependentes da França), emanada pelo vice-rei Eugenio Napoleão, estabelecia que todos os indivíduos ainda sem sobrenome deviam assumi-lo entre um período de três meses. Esta lei foi decretada devido ao fato que, neste período, foi constatado que no território entre Fermo e Macerata (região italiana das Marche) mil e setecentos e uma pessoas não haviam ainda um sobrenome e distinguiam-se somente com os patronímicos (filho/a de).

Na Itália o Código civil, em 1865, não continha ainda uma afirmação explicita do direito ao nome: tal direito foi sancionado, em 1939, com o Real Decreto nº. 1238 (“Ordenamento do Estado Civil”) que estabelecia as
modalidades e as trocas de nome), e, mais tarde seria reforçado pela Constituição e pelo Código Civil (tutela do direto ao nome).

O uso do nome imposto ao individuo e do sobrenome comum a todos os membros de uma família e transmitido de pai para filho, foi enraizando-se nos hábitos de todos os povos civis em maneira tão segura de dispensar nas codificações modernas uma regra geral que o reconhecesse e o determinasse.
As disposições de leis que se referem ao nome partem assim de um pressuposto indiscutível de tal uso e assim se explica como o código civil italiano achou supérfluo estabelecer com uma regra particular qual devia ser o sobrenome dos nascidos de uma união legitima.

Foi necessário, porém, recorrer aos artigos n.º 172 e 174 do próprio código para determinar que o filho legitimo tinha que usar o sobrenome do próprio pai, o filho natural assumia o nome de família de um dos pais que o quisesse reconhecer, ou do pai se fosse reconhecido por ambos.
Posteriormente em relação aos filhos de pais desconhecidos, a lei italiana estabeleceu que seja o Oficial do estado civil a providenciar o nome (art.58, r.decreto 15 nov. 1865, n. 2602) ou a administração do publico orfanato ao qual a criança tenha sido consignada (art. 378 do cód. Civil).

A lei de 8 março 1928, n.º 383 aprimorando uma proposta de disposição conteúda no citado artigo n.º 58 da lei sobre a organização (ordenamento) do estado civil, proíbe no atestado de nascimento de impor sobrenomes como nomes ou impor nomes (e para os filhos de pais desconhecidos também sobrenomes) ridículos o que levem ofensa à ordem publica ou ao sentimento nacional ou religioso ou que sejam denominações geográficas ou de lugar.

Assim também é proibido impor aos filhos de pais desconhecidos nomes e sobrenomes que possam deixar suspeitas sobre suas origens, ou seja sobrenomes pertencentes a famílias ilustres ou conhecidas onde o ato de nascimento é registrado.
O direito ao nome, conforme resulta das complexas normas legislativas que a ele se referem, não pode ser alienado, abandonado ou adquirido por uso capião. Mas o nome designado ao individuo pode sofrer variações ou adjuntas o também mudar durante a vida deste: a mulher assume com o casamento o nome do marido (art.131do cód. civil); os filhos naturais, reconhecidos somente pela mãe assumem, como já dito, o nome do pai quando sejam reconhecidos

também por este ou quando sejam legitimados, até por um sucessivo casamento, seja por decreto real (art.197 do cód. civil.); enfim em caso de adoção o adotado assume o sobrenome do adotante e o adiciona ao próprio (art. 210 do cód. civil).
A adição ou a troca de nomes e sobrenomes, além dos casos citados previstos pelo código civil, pode ser efetuada também por vontade do individuo, quando porém ocorram graves motivos a serem avaliados caso a caso. Esta hipótese é prevista e disciplinada pelo titulo VIII da já citada lei sobre o ordenamento do estado civil, que estabelece qual procedimento a ser seguido para obter o decreto real que autoriza a troca ou a adição do nome e sobrenome.

Trocas de sobrenomes verificadas nas famílias papais e do patriciado. Trocas, substituições e adições de sobrenomes foram muito freqüentes na Itália, seja por motivos de sucessões ou por instituições fideicomissorias, que por razões como as de nobilitar sobrenomes plebeus ou de dar a eles mais distinção ou, no caso de adições, para encomprida-los e aumenta-los de prestigio ou também para transmitir a lembrança de ilustres famílias extintas.

Existiram no passado exemplos notáveis de troca de sobrenomes no âmbito da Igreja e do Estado Pontifício: Papa Sisto V deu seu sobrenome Peretti ao filho de uma irmã que, por sua vez, teve somente uma filha cujos
descendentes usaram também o mesmo sobrenome. Papa Pio II, impus seu sobrenome, Piccolomini, ao filho de uma sua irmãque havia-se casado com um Todeschini de Siena.
Os Aldobrandini, da família de papa Clemente VII, estinguiram-se na família Borghese, e um componente desta – don Camillo Borghese – abandonou seu próprio sobrenome para se chamar Aldobrandini. etc., etc.

Famílias com muitos sobrenomes

É conhecido que as adições de sobrenomes acontecem de preferência, no patriciado, mas ultimamente os sobrenomes tem a tendência a ficar mais cumpridos em conseqüência da norma XV das disposições transitórias da Constituição da Republica Italiana que permite fazer valer como parte do nome também os predicados nobiliários.

Troca de sobrenomes infamantes

Qualquer um que deseje trocar seu sobrenome porque ridículo ou vergonhoso, ou que revele origem ilegítima, deve fazer pedido ao Procurador Geral da Republica próximo a Corte de Apelação em cuja jurisdição é colocado o oficio de estado civil onde se encontra o certificado de nascimento ao qual o pedido se refere. No pedido, deve ser indicado o motivo da troca.

Nunca podem ser atribuídos, como troca ao sobrenome precedente, sobrenomes de importância históricas ou pertencentes a famílias ilustres ou famosas seja no lugar de residência do solicitante que no lugar de residência, nem sobrenomes que são denominações de localidades, nem que fazem parte da nobreza italiana, nem, também, adições de predicados, apelidos ou sobrenomes precedidos de atributos de nobreza.
Retificação obrigatória dos sobrenomes nas províncias anexadas à Itália em conseqüência da guerra 1915-1918.

Em um discurso proferido na Câmara dos Deputados durante a sessão de 6 de fevereiro 1926 - chamado mais tarde como contra-ataque à campanha pan- alemã
- o chefe do governo deste período depois de ter declarado que os alemães que moravam no Alto-Adige[1] (em província de Trento) não representavam uma minoria nacional, mas uma relíquia étnica de 180.000 pessoas, das quais 80.000 tinham-se tornado alemães, anunciou que logo acharia a maneira de “ressuscitar os antigos sobrenomes italianos como resultam em todos os atos do estado civil” .

De fato leis e decretos-lei dos anos 1926, 1927 e 1928 (r.d.l. 10 de janeiro 1926, n. 17, transformado na lei de 24 maio 1926, n. 898; r.d.l. de 7 de abril 1927, n. 494 e r.d.l. 21 de maio 1928, n. 1367) estabeleceram a retificação obrigatória e a volta em forma italiana dos sobrenomes de famílias das novas províncias anexadas à Itália depois da guerra 1915-18, sendo estas as províncias de Trieste, Fiume, Gorizia e Bolzano além daquelas de Trento. Este procedimento, de caráter excepcional, era devido às razões de oportunidade política e tinha como finalidade a de remediar a obra de germanização e de eslavizaçaõ que aconteceu sob a dominação dos asburgos, entre os povos reconquistados e reunidos depois à Itália.

A finalidade pratica era então aquela de retornar a língua italiana sobrenomes originariamente italianos ou latinos que foram transformados, nos territórios sob a dominação austríaca, em forma estrangeira e particularmente os sobrenomes italianos de origem toponomástica traduzidos em outras línguas o deformados com grafias estrangeiras ou com a adição de sufixos também estrangeiros.

Uma nova lei, a de 7 de julho 1934, exigia porém que um nome para poder ser devolvido à forma italiana não poderia demonstrar somente que derivava de uma raiz italiana ou latina, mas deveria ter a absoluta certeza que na sua forma original italiana ou latina era usado como sobrenome. A questão da retifica obrigatória dos sobrenomes nos territórios plurilíngües voltou a tona naturalmente depois da segunda guerra mundial.

De fato o governo austríaco nos acordos que aconteceram com o governo italiano em 5 de setembro 1946, contidos no tratado de paz entre a Itália e as potencias aliadas e associadas, assinado em Paris em 10 de fevereiro 1947, incluiu a seguinte norma: “Aos cidadãos de língua alemã da província de Bolzano e aos dos vizinhos Municípios bilíngües da província de Trento será concedido o direito de readquirir os nomes de família alemães que foram italianizados nos últimos anos” .

Sobrenomes judaicos

Os judeus usaram em sua pátria somente o nome bíblico. Mas as coisas mudaram com o inicio da Diáspora (dispersão) no Ocidente, ou seja depois da época em que os imperadores romanos Titus (em 70 d.C.) e Adriano (135 d.C.) destruíram Jerusalém e a Judéia obrigando os israelitas a peregrinar por toda a Europa.

Na Itália os judeus estabeleceram-se inicialmente em Roma, nos sul e nas ilhas (Sicília e Sardenha), mais tarde também no centro e no norte. Estes se identificavam com o apelido de judeu, hebreu, israelita, semita precedido pelo nome próprio. Com o passar dos séculos, quando aos poucos conseguiram obter a emancipação, obtiveram também o direito e o dever de assumir um sobrenome. Como seus nomes pessoais e apelidos se repetiam muito, difundiu-se o habito de atribuir a eles um sobrenome que fazia alusão ao lugar de origem: a cidade (italiana ou européia) de onde eles provinham, assim apareceram sobrenomes como Milano, Orvieto, Perugia, Treves, Terracina, etc..

As vezes o sobrenome era obtido traduzindo ou transferindo no léxico italiano os apelidos hebraicos - por exemplo o nome israelita Bem Porath (filho do fruto) foi italianizado em Bemporad (assonância) ou em De Pomis (tradução) – ou usando um nome que aludia as profissões e ofícios, como Cantor, Cantorinio, Orefici, Astrólogo, etc. As vezes os judeus que se convertiam ao cristianismo assumiam o sobrenome de seus padrinhos de batismo.

É incorreto acreditar que todos os sobrenomes geográficos sejam próprios dos judeus enquanto isto é verdadeiro somente para um determinado número de sobrenomes relativamente recentes e limitadamente a algumas regiões..

Na Itália os sobrenomes das famílias judaicas ou são geográficos italianos ou são alemães, principalmente em Milão; ou são espanhóis, como na Toscana e mais do que tudo em Livorno; ou são orientais como em Nápoles e alguns em Milão; ou são gregos, como em Trieste ou, enfim, são puramente hebraicos ou muito diferentes, espalhados em toda a península.

Porém nem todos os sobrenomes geográficos são próprios dos judeus e nem todos os sobrenomes difundidos entre os judeus são exclusivamente judeus, podem ser muito bem próprios também de pessoas cuja mais antiga tradição familiar sempre foi cristã.

No fim de 1700 os principais estados da Europa já tinham obrigado os judeus a assumirem um sobrenome.
Entre as medidas adotadas durante o regime fascista pela famosa defesa da raça italiana havia a lei de 16 de junho 1939, n. 1055 sobre as regras dos sobrenomes das famílias judaicas. Conforme esta lei os cidadãos italianos pertencentes à raça judaica que tinham mudado seus sobrenomes por outros que não revelavam sua origem, eram obrigados a reassumir o antigo sobrenome, sob pena de graves penalidades.

Alem disso a mesma lei, em outro item, continha disposições em matéria testamentária declarando nulas todas as clausulas subordinadas a herança ou legado ao fato de pertencer o beneficiado à religião israelita etc.

Os cidadãos nascidos de pai judeu e de mãe não judia podiam trocar seu sobrenome por aquele originário materno.

Os não-judeus cujo sobrenome podia deixar entender que fossem judeus, tinham a possibilidade de trocar de sobrenome com outro ariano.
Tais modificações eram dispostas pelo Ministério do Interior de comum acordo com o Ministero di Grazia e Giustizia.

Com um decreto lei de 20 de janeiro 1944, n. 25, tendo em vista a reintegração dos judeus italianos e para reparar os danos políticos e morais criados através de uma política racista foi abolida a lei de 1939 e no mesmo tempo foi disposto que todas as anotações de caráter racial inscritas nos registros do estado civil até as relativas aos sobrenomes deviam ser consideradas como inexistentes.

Sobrenomes mais freqüentes na Itália

A seguinte lista, com os sobrenomes mais freqüentes existentes na Itália, foi compilada por meio de pesquisas efetuadas pelo Instituto Central de Estatística em municípios com uma população superior aos 100.000 habitantes, sendo eles, em ordem decrescente de população:

Roma (Rossi, Proietti), Milão (Rossi), Nápoles (Espósito), Turim (Ferrero,Rossi), Genova (Parodi, Rossi, Canepa, Bruzzone, Traverso), Palermo (Messina, Russo), Florença (Innocenti), Bolonha (Venturi e Ventura, Barbieri

, Montanari), Veneza (Vianello), Catania (Russo e Di Stefano), Bari (Cassano, Lorusso e Milella), Messina (Cucinotta, Arena e Costa), Verona (Ferrari, Avesani), Taranto (Russo), Padova (Schiavon, Bortolani, Galeazzo,

Varotto), Brescia (Ferrari), Reggio Calábria (Romeo), Livorno (Rossi), Ferrara (Mantovani), Cagliari (Melis), Parma (Ferrari), La Spezia (Cozzani, Ferrari, Rossi, Torracca), Modena (Ferrari), Reggio Emilia (Ferrari) e

Bergamo (Rota).



Bibliografia



Vito Tartamella – Nel cognome del popolo italiano – viennepierre. edizioni



Milano 1995



C.D. De Camelis – I cognomi in Italia - ed. R. Noccioli, Firenze 1960



Emidio De Felice – Dizionario dei cognomi italiani _ ed. Mondadori,



Milano, 1978



Enciclopédia G. Treccani, 1935 - v.XXIV- O diritto ao nome – pg. 894



Gazzetta Ufficiale Del Regno d´Italia – n.º 179 13/07/1939, XVII e n.º 256

31/10/1940, XVIII

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[1] Nome derivante do rio Adige, que travessa esta região.



http://www.genealogiajudaica.com.br/default.asp?PG=CONTEUDO&IDCANAL=94&IDSECAO=220&IDCONTEUDO=688



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A origem dos Sobrenomes judaicos



É de conhecimento geral que sobrenomes como Choen, Levy e Katz são praticamente exclusivos dos judeus e que Gross, Schineider, Schwartz e Weiss comumente também indicam famílias judias. Passa um tanto despercebido que o mesmo processo que produziu esta distinção também faz dos sobrenomes uma importante fonte de conhecimento sobre história e cultura judaicas.

De acordo com o segundo capítulo de Bereshit, no início dos tempos, todas as coisas vivas foram trazidas a Adam: "E como as chamou, este passou a ser seu nome." A vida era obviamente mais simples quando havia apenas dois de cada espécie. De fato, mesmo o nome de Adam é uma das palavras hebraicas para homem; e a Bíblia regularmente se refere a sua esposa como haishá - "a mulher."

A medida que as pessoas se multiplicavam, contudo, e se tornou necessário distinguir uma da outra, surgiram nomes próprios. E quando estes não eram mais suficientes, várias formas de "nomear" foram adicionados, mostrando

ascendência, profissão, origem ou alguma característica que diferenciasse os diferentes Yossefs, Aharons ou Miriams que viviam numa única comunidade.

Assim, na Bíblia, encontramos parentesco para ambos, judeus (Yehoshua ben ("filho de") Num, Hoshea ben Beeri) e não-judeus (Balak ben Tsipor, Bil'am ben Beor), bem como nomes que incorporavam uma série de antepassados -

Côrach ben Yits'har ben Kehat ben Levi; Mordechai ben Yair ben Shim'i ben Kish. Durante o período talmúdico encontramos Yochanan, o sapateiro; Hillel, o Babilônio; Gamliel, o Ancião; Aba Arika ("o alto"). É claro, nenhum destes apelidos era hereditário, uma vez que tinha relações com a vida do dono.

Os modernos sobrenomes hereditários remontam ao fim da Idade Média e, entre os judeus, uns poucos séculos mais tarde. Começam com as famílias reais, ansiosas por identificar a si mesmas com uma famoso ancestral ou

propriedades, quase que do mesmo modo que os líderes dos chassidim de Chabad tomaram o nome Schneersohn ("descendentes de Shneur"), em honra a seu fundador dinástico, Rabi Shneur Zalman de Liadi. Quando os nobres imitam a realeza e a peble os nobres, os sobrenomes estabeleceram-se por toda a Europa. Embora judeus "emancipados" tomassem sobrenomes em reconhecimento a sua assimilação cultural, os judeus em geral primeiramente resistiram à tendência. Mas à medida que as cidades e as nações começaram a organizar arquivos oficiais, tornou-se óbvio que apelidos de família permanentes eram essenciais à eficiência; e dos judeus foi exigido que adotassem sobrenomes em um país após outro - na Áustria em 1787, França em 1808, Prússia em 1812.

Ao adaptar a antiga tradição sob a qual cada judeu é identificado ou como um descendente de Aharon, o primeiro sacerdote (Choen) ou da tribo de Levi, ou do resto da nação judaica (yisrael), muitas famílias chamavam a suas mesmas de Cohen, Cohn, Kahn, Kahana; Levy, Levi, Levin; Israel, Iserel. Outros empregavam títulos-padrão de sinagogas como Chazan, ("cantor") e Beck, de Baal; Corê, ("o ledor da Torá") ou acrósticos como Katz, de Cohen Tsêdec, ("o justo sacerdote") e Segal, de Segan Leviyá ("ajudante sacerdotal). Outros ainda tiravam os sobrenomes do ganha-pão de um ancestral.

Os mais óbvios sobrenomes referem-se a traços físicos distintivos. Apesar da severa condenação de Shulshan Aruch de apelidos pejorativos, as pessoas com os mesmos nomes eram distinguidas por alcunhas como Grande, Pequeno, Magro,

Gordo. Isto é mais evidente em famílias com diversos primos com o mesmo nome de um avô, uma situação que resulta em nomes como Grande Ester; e Moshê der roiter ("o ruivo") em oposição a Moshê der shvartser ("o moreno).

Muitos destes nomes- especialmente ao menos ofensivos - tornaram-se nomes de família em diferentes línguas: Black ("preto") em inglês corresponde a Schwartz em alemão e yidish, e em russo e polonês Cherney; White ("branco")

em alemão e yidish é Weiss, e em russo Belli; uma pessoa grande é Gross em alemão e yidish, Krupney em russo, Wilki em polonês, Nagy em húngaro; uma pessoa pequena, Klein em alemão e yidish, Malenki em russo, Piccolo em italiano.

Com afinidades a estes, há outros sobrenomes que se referem a anseios e bênçãos sobre o filho; por exemplo, em alemão Kluger ("inteligente"), Scharf ("perpicaz"), Susskind ("doce criança"); o russo Balaben ("querido") e Lefky ("inteligente"). Mas talvez os mais antigos de todos - de volta às benções de Yaacov sobre seus filhos ao final de Bereshit - são aquelas designando atributos de animais: Yehudá, Gur Aryê ("jovem leão"), Binyamin, Zev

("lobo"), Naftali, Hirsch ("cervo").



Durante a Idade Média na Alemanha, era comum que um nome judaico fosse seguido por seu equivalente germânico, como Aryê Lowe ("leão"), correspondendo ao yidish Aryê Leib, Dov Ber ("urso"), Tsevi Hirsch ("cervo"), Zev Wolf ("lobo). Este costume era aparentemente difundido, como

pode ser observado em sobrenomes russos. Lev ("leão"), Volk ("lobo"), Olen ("cervo"), Medved ("urso") e mesmo o nome espanhol Lopez, do latim lupus ("lobo").

Enquanto os sobrenomes escolhidos para si mesmos eram agradáveis ou ao menos neutros, os forçamente impostos eram freqüentemente cruéis. Motivados por amplo anti-semitismo ou o desejo de suborno, as autoridades impingiam a suas vítimas nomes como Kalb ("bezerro"), Knoble ("alho"), Schlemmer("comilão"), Zwieble ("cebola").

Esta espécie de sobrenomes, contudo, muito nos diz sobre as características que os judeus valorizavam, sua ligação às antigas tradições bíblicas e as indignidades que sofreram nas mãos das autoridades dos séculos XVIII e XIX.

Outros três tipos de sobrenomes - os que mostram ascendência, origem e ocupação - são mais significativos que as características físicas como indicadores de onde moravam e o que faziam os judeus.





O valor do nome



Na Idade média, ao abrigar os judeus a adotar um patronímico, os governantes resolveram que deveriam pagar pelo nome - quanto mais pomposo, mais pagavam.

Os mais belos e poéticos eram Rosenberg ("montanha de rosas"), Morgenstern ("estrela da manha"), Silverberg ("montanha de prata"). Mais baratos eram os

nomes das profissões: Meier ("fazendeiro"), Fischer ("pescador"), Kaufmann ("mercador"). Nesta categoria estavam também os nomes de cores: Grün ("verde"), Braun ("marrom"), Roth ("vermelho"); e de animais: Fuchs ("raposa"), Katze ("gato"); Vogel ("pássaros"); e cidades.

Em todas as partes do mundo, os judeus têm nomes que significam "filho de", uma prática que remete à Bíblia. Assim, mesmo na ausência de outra prova, poderíamos presumir que as colônias judaicas deram origem ao árabe ibn Ezra; ao inglês, Israelson; ao alemão, Mendelsson; ao russo, Jacobowitz; ao polonês, Abramowicz. E a este respeito é interessante notar a popularidade de uma nome como David, que forma a base de Davidson, ibn Daud, Davidowitz, Davidowicz.

É claro, séculos de distorção têm obscurecido a fonte de muitos patronímicos, com Faivelson e Faitelson. Já nos tempos do Talmud, os judeus tinham nomes gregos como Alexandre, Antígono, Hircano, Phoebus. Ao final,

Phoebus tornou-se Faibush em yidish, com o diminutivo Faivel e o patronímico padrão hebraico ben Faivel foi traduzido no sobrenome Faivelson remonta à Alta Idade Média, quando muitos nomes hebraicos foram traduzidos nas línguas românicas, dando Chayim-Vidal (de "vita", vida); Baruch-Bendit (de "benedictus", bendito); Ticva-Shprintsá (de "esperanza", esperança). Ao mesmo tempo, Vidal tornou-se Faitel, a base de Faitelson. Os detalhes das

colônias são fornecidos por outros sobrenomes também, uma vez que um recém-chegado recebe um apelido de acordo com a sua morada anterior - como era Hilel, o Babilônio. Assim, podemos Ter certeza que os judeus viveram e migraram de países cujos nomes levaram consigo: Frankel, Deutsch, Hollander,

Pollack.

Pela mesma razão, podemos presumir grandes populações judaicas das cidades representadas por sobrenomes, como o italiano: Módena, Montefiore, Romano, Soncino; espanhol: Milona, Navarro, Torme, Trujillo; português: Castro,

Oporto, da Silva e da Sola; alemão: Berliner, Frankfurter, Neustadter, Oppenheimer; polonês: Breslau, Krakow, Warsaw, Wilner; russo: Kief, Minsky, Novgoroder, Penza - além de nomes que terminam em -berg ("cidade"), -berger("da cidade), -owitz e sky ("de"), como Greenberg, Isenberger,

Gartenberg, Neuberger, Isenberger, Moskowitz, Washavski, Poznanski.

Finalmente, se os nomes descritivos contam que os judeus valorizavam e o patronímico e sobrenomes de origem dizem onde viviam, os sobrenomes indicam uma grande visão social daqueles baseados na ocupação. Que os judeus em todo

o mundo eram artesãos está claro a partir da riqueza de sobrenomes profissionais: correspondente a alfaiate (em inglês Taylor) temos um Schneider em alemão e yidish, Portnoy em russo, Krawiec em polonês, Sarto em italiano, Chayat em hebraico; para padeiro (em inglês Baker) temos Becker em alemão e yidish, Pekar em russo, Pek em húngaro, Boulanger em francês; para açougueiro (em inglês Butcher) temos em alemão e yidish Fleischer, Katsof em hebraico, Mesnik em russo e Boucher em francês.

Ademais, uma visão adicional surge do amplo uso de nomes hebraicos como Sofer ("escriba"), Melamed ("professor") e Chazan ("cantor"), no lugar de traduções vernáculas como com as ocupações seculares. Os únicos que parecem ter alguma aceitação real são o alemão Schreiber ("escriba") e Lehrer ("professor") e o francês Scrivain ("escriba"). E, desnecessário dizer, todos estes sobrenomes devem ser comparados com a total ausência de nomes hebraicos do tipo Farmer (fazendeiro), Gardener (jardineiro) e Forester (couteiro).

Contudo, embora seja possível classificar sistematicamente como os sobrenomes se originaram, é impossível prever o que acontecerá com eles. E isto é também um reflexo da História judaica. Assim, à medida que os judeus

migraram de um país para outro, por força ou por escolha, tinham constantemente de anglicizar, galicizar, hebraizar, diminuir, aumentar, dar outra grafia, reinterpretar ou simplesmente mudar nomes que antes tinham significado em outra língua.

Desta maneira, o nome descritivo Frummer("religioso") tornou-se Farmer; Gartenberg tornou-se Gardener ao contrário de nomes profissionais judaicos. Do mesmo modo, Shkolnik tornou-se Eshkol; Myerson, Meir; Gruen, Ben Gurion; Berg tornou-se Boroughs; Schreiber, Writer e Wright; Chayat tornou-se Hyatt ou talvez Chase; Neustadt e Novgorod ambos tornaram-se Newton.

E, uma ironia derradeira, todo o propósito dos sobrenomes - Ter um registro permanente de laços familiares - ficou subvertido.

(Fonte: www.shalombr.com)
Luís Alberto Furtado
 
 

Uma Princesa Cristã-Nova na Genealogia de Chico Buarque

Genealogia - Artigos
Paulo Valadares

Quem será o avoengo bahiano que Chico Buarque canta na sua genealógica "Paratodos"? Que histórias se escondem nessa teia ancestral? Quais os antepassados, por este ramo, que alcançaram a notoriedade? Qual a sua participação na história luso-brasileira? Quem são eles?

A resposta está no belíssimo livro de Francisco Antônio Dória ( com Carlos Barata, Jorge Ricardo Fonseca, Ricardo Teles Araújo e Gilson Nazareth) "Os Herdeiros do Poder" (Editora Revan 1995) onde a mecânica política é analisada pelo ângulo genealógico.

O ancestral bahiano de Chico Buarque é Eulálio da Costa Carvalho, casado com Amélia Benvinda Rodrigues da Costa, pais do político Álvaro de Carvalho, por sua vez pai de Maria do Carmo Carvalho que, casada com Cesário Alvim, foi mãe de Maria Amélia Cesário Alvim que, esposa do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), com ele teve Francisco, isto é, Chico Buarque de Holanda (RJ, 19/6/44) e mais seis filhos, entre eles uma Ana.

Aquela Amélia Benvinda Rodrigues da Costa pertencia a uma velha família bahiana cujos ascendentes alí estavam desde os princípios da colonização, entre eles outra Ana, uma trágica princesa cristã-nova , sua 5ª avó, Ana de Menezes e Castro.

Ana de Menezes e Castro, que viveu no final do séc. 17, pertencia às mais importantes famílias cristãs-novas portuguesas, com conhecidos e importantes personagens da "Nação". Ela era filha de Rui Dias de Menezes e Guiomar Ximenes de Aragão. Apesar de ricos, judaizavam, e por isso a Inquisição os perseguiu.

Ana de Menezes e Castro casou-se com Francisco de Abreu da Costa Dória, que lhe deu morte violenta, e que condenado, envenenou-se na prisão. Chico Buarque descende diretamente do trágico casal.

Lembremos alguns dos antepassados da pobre Ana de Menezes e Castro. Seu avô materno, Mateus Lopes Franco, lutou contra os holandeses e assim mesmo foi vítima da Inquisição. Este Mateus casou-se com Leonor Ximenes de Aragão, de prestigiosíssima família judaica: os ricos Ximenes de Aragão e os cultos Veigas. Os Ximenes de Aragão eram potentes mercadores e parentes das mais importantes famílias judias da península Ibérica, como os Solis e os Coronéis. Os Veigas descendiam de médicos judeus que prestavam serviços à família real portuguesa.

Rui Dias de Menezes, pai de Ana, também era cristão-novo por parte de pai e mãe. Ana de Castro, sua mãe, vem dos Castro do Rio, descendentes do judeu Diogo de Castro do Rio, financiador de Dom João III, tendo emprestado cem mil cruzados para socorrer o enclave portugues de Mazagão na Africa (seu filho, Martim, seguira Dom Sebastião na louca empreitada e, aprisionado, foi resgatado por 16.000 cruzados). Seu trisavô paterno, Damião Dias, foi escrivão da fazenda de Dom João III. Damião Dias era judeu, e ao converter-se ao cristianismo recebeu o sobrenome Ribeiro. Damião Dias Ribeiro casou-se com a fidalga Joana de Menezes, que descendia dos califas árabes Ummaydes, os quais descendem diretamente do Profeta Maomé!

Ana de Menezes e Castro era uma autêntica princesa cristã-nova. Nasceu e viveu na longínqua Itaparica, enquanto seus primos freqüentavam os melhores salões da Europa. A ela coube apenas o desterro e a solidão de não ter iguais com quem se dar, o que culminou na sua estúpida morte.

Do céu, onde deve estar, ela contempla sua descendência e pode orgulhar-se de seu 9° neto, Chico Buarque de Holanda, poeta e compositor, talvez o maior de todos.

Paulo Valadares 
 
 http://www.coisasjudaicas.com/search/label/judeus%20no%20Brasil?max-results=7
 
 
 
 
 

5 comentários:

  1. Agora eu entendi o por que do Brasil ser o pais da ROUBALHEIRA !

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    1. eu tento falar pras pessoas isso! mas elas não usam o cerebro!

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  2. Faltou falar dos verdadeiros motivos pelos quais os judeus tem sido "perseguidos" e expulsos dos lugares aonde se instalam, que é a questão dos sacrificios de sangue,tanto de animais como de seres humanos inocentes, que eles se referem como Goy,gado em hebráico, goyin no plural. Principalmente de crianças cristãs, reproduzindo da forma mais torpe possivel o que fizeram com Jesus, o Cristo. De forma cruel assassinando lenta e penosamente e oferecendo como alimento ao seu deus/demonio Jeová/Moloch, que é o mesmo deus demonio das nações e tribos inimigas, que exigia sacrificios de sangue de inocentes.
    O mesmo deus demonio que se divertia mandando moisés sair do Egito e pelas costas "endurecia o coração do Faraó, para não deixa-lo ir embora . Ora isso é comportamento de um Deus que teria criado o universo ou de um demonio vil e torpe, que se compraz com a guera e o conflito inúteis entre as pessoas e os povos ! ?
    O mesmo costume praticado por Abraão , de oferecer seu filho em sacrificio , é ainda hoje praticado entre eles, publicamente com animais nas Sinagogas,em algumas pelo menos,e com seres humanos privadamente.
    O assunto está fartamente documentado através da história, apesar de toda tentativa de supressão , de divulgação desses fatos, por parte dos judeus , principalmente os dirigentes das comunidades judaicas,de elite, afinal não ia ser bom para os negócios!
    O baixo-satanismo como o conhecemos, tem origem nas práticas religiosas judaicas, que por sua vez tem origem na pior parte das culturas da antiguidade, o lado mais obscuro, cruel e sinistro.
    Deem uma olhada no video-documentário : "Jewish Ritual Murder"(Ritual judaico de morte), altamente detalhado, com provas históricas disto !Asesinato Ritual Judio - Jewish Ritual Murder (docu + evidencia al final)https://youtu.be/XUII6CXc_1k (legendado, na página em questão há vários outros, em ingles ,español e port.
    Quero deixar claro que não sou contra nada nem ninguém , nem contra o judaísmo em se, menos ainda contra a Kabala, mas contra a má aplicação dos conceitos, seja religiosos, misticos, esotéricos e científicos, seja de que disciplina for. E qualquer pessoa pode e deve usar para o bem, respeitando os outros e demais grupos, seus conhecimentos e práticas,sejam eles religiosos, metafísicos ou o que seja !
    Mas a verdade tem que ser dita, doa a quem doer, não pode ser escondida, todas as religiões erram e já erraram, como demais atividades humanas, mas ela não pode ser utilizada como desculpa ou permissão para adoção de pensamentos e o cometimento de atos que envergonham , denigrem e degradem o ser-humano, individual e coletivamente falando.

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  3. Inclusive a instituição da Inquisição, foi levada a cabo , na peninsula Hibérica, justamente por conta de casos, como os citados,em que já existia suspeitas, de utilização de crianças cristãs par rituais de morte sangrenta por parte dos judeus, mas quando houve a confirmação com provas, é que foi baixado o édito de expulsão dos judeus pelos Reis espanhóis, detalhe o condutor-mor(Torquemada e boa parte dos inquisidores eram judeus de origem, ex-judeus e conversos e eram conhecedores por dentro e sabiam das práticas judaicas.

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  4. Por parte de minha avó paterna JUSTINIANA PEREIRA, e meu avô paterno que eram primos carnais: descendo de D. NUNO ÁLVARES PEREIRA e PEDRO ÁLVARES CABRAL: descobridor do BRASIL. O pai do meu avô paterno, era da família SANTOS: também de origem portuguesa-judaica. Talvez seja por isso que sempre tive, identificação directa: com o judaísmo. E por descender de PEDRO ÁLVARES CABRAL: venho fazendo as maiores descobertas científicas: de todos os tempos.

    Como por exemplo:

    Que já vivíamos há muito tempo atrás, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, e que já estamos bem próximos: apenas do FIM da mesma.

    Abaixo, CINCO provas inequívocas e incontestáveis, que comprovam estarmos vivendo há muito tempo atrás sem que ninguém até antes de mim soubesse, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA:

    1° PROVA:
    Predominância Maior Atômica-Molecular De Nossos Corpos: ÁGUA.

    2° PROVA:
    Predominância Maior De Cobertura De Superfície Do Nosso Planeta: ÁGUA.

    3° PROVA:
    ÁGUA: Molécula Formada Por 2 ÁTOMOS De HIDROGÊNIO + 1 ÁTOMO De OXIGÊNIO “H²O”, 2+1=3: que corresponde justamente a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA: que ainda vivemos.

    4° PROVA:
    ÁGUA, ELEMENTO sempre encontrado em 3 estados físicos: ESTADO LÍQUIDO, ESTADO GASOSO e ESTADO SÓLIDO: 3, correspondente a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA: que ainda vivemos.

    5° PROVA:
    Nosso Planeta-H... “H” de habitável que chamam erradamente de TERRA: encontra-se justamente na 3° posição orbital: em relação ao SOL.

    Com tantas provas inequívocas e incontestáveis, que atestam e evidenciam, estarmos vivendo a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, sem que ninguém até antes de mim, soubesse:

    Desafio todos da ciência mundial, a provarem que estou errado: e saberem o que sei.

    Não só sobre as ERAS PREDOMINANTES ELEMENTARES, como também: a respeito de muito mais.

    Entendam que quando digo, estarmos vivendo há muito tempo atrás a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, sem que ninguém até antes de mim, soubesse:

    Refiro-me a humanidade, vivendo desde o início da 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA até 10.3.2015, dia em que fui submetido a um rigorosíssimo teste extraplanetário: de inteligência.

    A partir dessa Intervenção EXTRAPLANETÁRIA, tornei-me ciente da existência de uma maravilhosa ENERGIA, desconhecida por todos que habitam: nosso Planeta-H.

    Tornei-me também, único doutor em MÚLTIPLA CIÊNCIA ENERGÉTICA, que por ser extremamente ampla, contempla e explica até mesmo todos os FENÔMENOS: RELATIVOS A FÍSICA-QUÂNTICA.

    Fenômenos que por serem de alta-complexidade e difícil entendimento, jamais foram compreendidos: por ALBERT EINSTEIN.

    Descobertas científicas que fiz, comprovam alguns registros: contidos na TORAH-HEBRAICA.

    Tudo que até aqui afirmei e afirmarei doravante como MÚLTIPLO CIENTISTA ENERGÉTICO, fundamenta-se em lógicas, com apresentações de provas inequívocas: e incontestáveis.

    AFIRMO TAMBÉM:

    Por ser TERRA apenas um dos ELEMENTOS, assim como FOGO, ÁGUA, AR e EC, também são:

    Os que denominaram o Planeta-H que habitamos, como TERRA: equivocaram-se totalmente.

    Mediante o afirmado por mim, de que já vivíamos há muito tempo atrás sem que ninguém soubesse, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, com CINCO provas inequívocas e incontestáveis, apresentadas no início deste:

    Afirmo também e provarei, que já entramos no processo de TRANSIÇÃO DE PREDOMINÂNCIA ELEMENTAR, da 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, que ainda vivemos: para a 4° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO AR: que está chegando.

    O que explica claramente e verdadeiramente: o perceptível AQUECIMENTO GLOBAL.

    Para informar-se de tudo, e muito mais:

    Acesse o blog: www.multiplacienciaenergetica.blogspot.com

    Leia gratuitamente o REVELANDO OCULTOS, e participe do desafio.

    Abraços;

    ÚNICO DOUTOR EM MÚLTIPLA CIÊNCIA ENERGÉTICA.

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