Origens judaicas no Brasil
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Issac Aboab - Coisas Judaicas |
Um povo para ser
destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando
profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do
Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco,
destacando o elemento português, nosso colonizador.
Mas, quem foram
estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil ?
Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil?
A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial
ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por
cristãos-novos, ou seja, os Judeus! Pôr que? (responder esta pergunta
poderia ser objeto de um outro artigo).
Em
1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora
tinham uma outra denominação: eram os cristãos-novos. Eles eram
proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos.
Os judeus
sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois,
por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus
bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquela país.
Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como
seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico.
O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Exôdo, precisava acontecer novamente. Naquele momento
de crise, perseguição e desespero, uma porta se abriu: providência
divina ou não, um corajoso português rasga o grande oceano com sua
esquadra e, em abril de 1500, o Brasil foi descoberto.
Na própria
expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre
eles, Gaspar Lemos, Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o
Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar
Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: - descobria-se um
paraíso, uma terra cheia de rios e montanha, fauna e flora jamais
vistos.
Teria pensado
consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus ?
Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de
Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande
número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa,
construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de
arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano.
Assim, milhares e
milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das
perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.
Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente.
Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente.
O tema é muito
vasto e de grande riqueza bibliográfica e histórica. Assim, queremos com
esta matéria abordar ligeiramente o referido tema, despertando,
principalmente, o leitor interessado que vive fora da comunidade
judaica.
Neste pequeno
estudo, queremos mencionar a influência judaica na formação da "raça"
brasileira, apresentando apenas alguns fatos históricos importantes
ocorridos no Brasil colonial, destacando uma lista de nomes de
judeus-portugueses e brasileiros que enfrentaram os julgamentos do
“Santo Ofício” no período da Inquisição. Os fatos históricos são muitos e
podem ser encontrados em vários livros que tratam com detalhes desse
assunto, como já mencionado.
Comecemos, então, apresentando um pequeno resumo da história dos judeus estendendo até ao período do Brasil Colonial.
Desde a época em
que o Rei Nabucodonosor conquistou Israel, os hebreus começaram a
imigrar-se para a península ibérica. A comunidade judaica na península
cresceu ainda mais durante os séculos II e I A.C., no período dos judeus
Macabeus. Mais tarde, no ano 70, o imperador Tito ordenou destruir
Jerusalém, determinando a expulsão de todo judeu de sua própria terra.
A derrota final
ocorreu com Bar Kochba no ano 135 d.C, já na diáspora propriamente dita.
A história confirma a presença dos judeus ibéricos, também denominados
“sefaradim”, nessa península, no período dos godos, como comprovam as
leis góticas que já os discriminavam dos cristãos.
As relações
judaico-cristãs começaram a agravar-se rapidamente após a chegada a
Portugal de 120.000 judeus fugitivos e expulsos pela Inquisição
Espanhola por meio do decreto dos Reis Fernando e Isabel em 31.03.1492.
Não demorou muito, a situação também se agravava em Portugal com o casamento
entre D. Manoel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis
católicos. Várias leis foram publicadas nessa época, destacando-se o
édito de expulsão de D. Manoel I. Mais de 190.000 judeus foram forçados a
confessar a fé católica, e após o batismo eram denominados
“cristãos-novos”, quando mudavam também os seus nomes.
Várias atrocidades foram cometidas contra os judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças tinham seus crânios esmagados dentro das próprias casas.
O descobrimento do
Brasil em 1500 veio a ensejar uma nova oportunidade para esse povo
sofrido. Já em 1503 milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil
auxiliar na colonização.
Em 1531, Portugal
obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em
1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante o Brasil
passou a ser terra de exílio, para onde eram transportados todos os réus
de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que se diziam
aparentemente cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a
fé judaica. E é nesses judaizantes portugueses que vieram para o Brasil
nessa época que queremos concentrar nossa atenção.
De uma simples
terra de exílio a situação evoluiu e o Brasil passou a ser visto como
colônia. Em 1591 um oficial da Inquisição era designado para a Bahia,
então capital do Brasil. Não demorou muito, já em 1624, a Santa
Inquisição de Lisboa processava pela primeira vez contra 25 judaizantes
brasileiros (os nomes abaixo foram extraídos dos arquivos da Inquisição
da Torre do Tombo, em Lisboa).
Os nomes dos
judaizantes e os números dos seus respectivos dossiês foram extraídos do
Livro: “Os Judeus no Brasil Colonial” de Arnold Wiznitzer - página 35 -
Pioneira Editora da Universidade de São Paulo:
• Alcoforada, Ana 11618
• Antunes, Heitor 4309
• Antunes, Beatriz 1276
• Costa, Ana da 11116
• Dias, Manoel Espinosa 3508
• Duarte, Paula 3299
• Gonçalves, Diogo Laso 1273
• Favella, Catarina 2304
• Fernandes, Beatriz 4580
• Lopes, Diogo 4503
• Franco, Lopes Matheus 3504
• Lopes, Guiomar 1273
• Maia, Salvador da 3216
• Mendes, Henrique 4305
• Miranda, Antônio de 5002
• Nunes, João 12464
• Rois, Ana 12142
• Souza, João Pereira de 16902
• Teixeira, Bento 5206
• Teixeira, Diogo 5724
• Souza, Beatriz de 4273
• Souza, João Pereira de 16902
• Souza, Jorge de 2552
• Ulhoa, André Lopes 5391
Continuando nossa
pesquisa, podemos citar outras dezenas e dezenas de nomes e sobrenomes,
devidamente documentados, cujas pessoas foram também processadas a
partir da data em que a Inquisição foi instalada aqui no Brasil.
È importante
ressaltar que nesses processos os sobrenomes abaixo receberam a
qualificação de “judeus convictos” ou “judeus relapsos” em alguns casos.
Por questão de espaço citaremos apenas nesta primeira parte os
sobrenomes, dispensando os pré-nomes:
Abreu, Álvares, Azeredo, Ayre,Affonseca,
Azevedo, Affonso, Aguiar,
Almeida, Amaral, Andrade, Antunes,
Araújo, Ávila, Azeda, Barboza,
Barros, Bastos, Borges, Bulhão,
Bicudo, Cardozo, Campos, Cazado,
Chaves, Costa, Carvalho, Castanheda,
Castro, Coelho, Cordeiro, Carneiro,
Carnide, Castanho, Corrêa, Cunha,
Diniz, Duarte, Delgado, Dias,
Esteves, Évora, Febos, Fernandes,
Flores, Franco, Ferreira, Figueira,
Fonseca, Freire, Froes, Furtado,
Freitas, Galvão, Garcia, Gonçalves,
Guedes, Gomes, Gusmão, Henriques,
Izidro, Jorge, Laguna, Lassa,
Leão, Lemos, Lopes, Lucena,
Luzaete, Liz, Lourenço, Macedo,
Machado, Maldonado, Mascarenhas,
Martins, Medina, Mendes, Mendonça, Mesquita,
Miranda, Martins, Moniz, Monteiro,
Moraes, Morão, Moreno, Motta,
Munhoz, Moura, Nagera, Navarro,
Nogueira, Neves, Nunes, Oliveira,
Oróbio, Oliva, Paes, Paiva,
Paredes, Paz, Pereira, Perez,
Pestana, Pina, Pinheiro, Pinto,
Pires, Porto, Quaresma, Quental,
Ramos, Rebello, Rego, Reis,
Ribeiro, Rios, Rodrigues, Rosa,
Sá, Sequeira, Serqueira, Serra,
Sylva, Silveira, Simões, Siqueira,
Soares, Souza, Tavares, Telles,
Torrones Tovar, Trigueiros, Trindade,
Valle, Valença, Vargas, Vasques,
Vaz, Veiga, Vellez, Vergueiro,
Vieira, Villela
(A lista dos
sobrenomes citados acima não exclui a possibilidade da existência de
outros sobrenomes portugueses de origem judaica. - Fonte: Extraído do
livro: “Raízes judaicas no Brasil” - Flávio Mendes de Carvalho - Ed.
Nova Arcádia - 1992).
Todos esses judeus
brasileiros, cujos sobrenomes estão citados acima, foram julgados e
condenados pela Inquisição de Lisboa, sendo que alguns foram deportados
para Portugal e queimados, como por exemplo o judeu Antônio Felix de
Miranda, que foi o primeiro judeu a ser deportado do Brasil Colônia.
Outros foram condenados a cárcere e hábito perpétuo.
Quando os judeus
aqui chegavam, desembarcavam na maioria das vezes na Bahia, por ser
naquela época o principal porto. Acompanhando a história dessas
famílias, nota-se que grande parte delas se dirigia em direção ao sul,
muitas vezes fixando residência nos Estados do Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
Outros subiam em
direção ao norte do país, destacando a preferência pelos Estados de
Pernambuco e Pará. Esses estados foram bastante influenciados por uma
série de costumes judaicos, que numa outra oportunidade gostaríamos de
abordar.
É importante
ressaltar que não podemos afirmar que todo brasileiro, cujo sobrenome
constante desta lista acima seja necessariamente descendente direto de
judeus portugueses.
Para
saber-se ao certo necessitaria uma pesquisa mais ampla, estudando a
árvore genealógica das famílias, o que pode ser feito com base nos registros disponíveis nos cartórios. Mas, com certeza, o Brasil tem no seu sangue e nas suas raízes os traços marcantes deste povo muito mais do que se imagina, quer na sua espiritualidade, religiosidade ou mesmo em muitos costumes.
Constatamos que o
Brasil já se destaca dentre outras nações como uma nação que cresce
rapidamente na direção de uma grande potência mundial. A influência
histórica judaica-sefardita é inegável.
Os traços físicos
de nosso povo, os costumes, hábitos e algumas tradições são marcas
indubitáveis desta herança. Mas, há uma outra grande herança de nosso
povo, a fé. O brasileiro na sua maioria pode ser caracterizado como um
povo de fé, principalmente, quando esta fé está fundamentada no
conhecimento do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, no único e
soberano Deus de Israel.
Isto sim, tem sido o maior, o melhor e o mais nobre legado do povo judeu ao povo brasileiro e à humanidade..
Fontes Bibliográficas:
Os Judeus no Brasil Colonial - Arnold Wiznitzer
Editora Pioneira - SP - 1996
Raízes judaicas no Brasil - Flávio Mendes Carvalho
Editora Nova Arcádia - SP - 1992
Estudos sobre a comunidade judaica no Brasil
Nachman Falbel Fisesp - SP.
Judaizantes e judeus no Brasil - Egon e Frieda Wolff - RJ.
copiado do site : http://www.coisasjudaicas.com/2010/06/origens-judaicas-no-brasil.html
Significado dos sobrenomes judaicos
Além
disso, na Polônia a mulher tinha um sobrenome diferente do masculino,
terminava em "ska", no lugar de "ski", pois indicava o gênero. Esses,
são só alguns dos milhares de sobrenomes judeus existentes. E assim a história continua...
Pra continuar suas pesquisas indicamos os links abaixo:
Valladolid Vale Valle Valença Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalão Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga
Presença judaica na língua portuguesa, expressões e dizeres populares em português de origem cristã-nova ou marrana.
Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos - Onomástica italiana
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Sobrenomes - Coisas Judaicas |
Origem e significado dos sobrenomes dos judeus
Há
dezenas de milhares de sobrenomes judeus utilizando a combinação das
cores, dos elementos da natureza, dos ofícios, cidades e características
físicas.
Um pequeno exercício é perguntar: Quantos sobrenomes judaicos podemos reconhecer com a raiz das seguintes palavras?
Cores: Roit, Roth (vermelho); Grun, Grin (verde); Wais, Weis, Weiss (branco); Schwartz, Swarty (escuro, negro);
Gelb, Gel (amarelo).
Panoramas: Berg (montanha); Tal, Thal (vale); Wasser (água); Feld (campo);
Stein (pedra); Stern (estrela); Hamburguer (morador da vila).
Metais,
pedras preciosas, mercadorias: Gold (ouro), Silver (prata), Kupfer
(cobre), Eisen (ferro), Diamant, Diamante (diamante), Rubin (rubi), Perl
(pérola), Glass, (vidro), Wein (vinho).
Vegetação: Baum, Boim (árvore); Blat (folha); Blum (flor); Rose (rosa); Holz (Madeira).
Características
físicas: Shein, Shen (bonito); Hoch (alto); Lang (comprido); Gross,
Grois (grande), Klein (pequeno), Kurtz (curto); Adam (homem).
Ofícios: Beker (padeiro); Schneider (alfaiate); Schreiber (escriturário); Singer (cantor).
Holtzkocker
(cortador de madeira), Geltschimidt (ourives), Kreigsman, Krigsman,
Krieger, Kriger (guerreiro, soldado), Eisener (ferreiro), Fischer
(peixeiro, pescador), Gleizer (vidreiro).
Utilizaram-se
as palavras de forma simples, combinadas e com a agregação de sílabas
como son, filho; man, homem; er: que designa lugar, agregando-se
preferencialmente após o final do nome da cidade.
Em
muitos países adaptaram-se as terminações dos sobrenomes ao uso do
idioma do país como o sufixo "ski", "sky" ou "ska" para o caso de mulher, "as", "iak", "shvili" , "wicz" ou "vich".
Então,
com a mesma raiz, temos por exemplo: Gold, que deriva em Goldman,
Goldrossen, Goldanski, Goldanska, Goldas, Goldiak, Goldwicz, etc.
A terminação indica que idioma falava-se no país de onde é o sobrenome.
Sobrenomes
espanhóis: Entre os sobrenomes judaicos espanhóis é fácil reconhecer
ofícios, designados em árabe, ou em hebraico, como: Amzalag (joalheiro);
Saban (saboneiro); Nagar (carpinteiro); Haddad (ferreiro); Hakim
(médico).
Profissões
relacionadas com a sinagoga como: Hazan (cantor); Melamed (maestro);
Dayan (juiz). Cohen (rabino). Levy, Levi (auxiliar do templo).
Títulos honoríficos: Navon (sábio); Moreno (nosso mestre) e Gabay (oficial).
O sobrenome popular
Peres, muitas vezes escrito Perez, com a terminação idiomática
espanhola, não é, no entanto, sobrenome de origem espanhola, mas uma
palavra hebraica que designa os capítulos nos quais a Torá (os cinco
livros do Pentateuco), se divide para sua leitura semanal, de forma a
completar em um ano a leitura da Torá.
Muitos
sobrenomes espanhóis adquiriram pronuncia ashkenazi na Polônia, como
exemplo, Castelanksi, Luski (que vem da cidade de Huesca, na Espanha).
Ou
tomaram como sobrenome Spanier (espanhol), Fremder (estranho) ou
Auslander (estrangeiro). Na Itália a Inquisição se instalou depois que
na Espanha, de modo que houve também judeus italianos que emigraram para
a Polônia. Aparece o sobrenome Italiener e Welsch ou Bloch, porque a
Itália é também chamada de Wloche em alemão.
Nomes
de cidade ou país de residência: Exemplos: Berlin, Berliner,
Frankfurter, Danziger, Oppenheimer, Deutsch ou Deutscher (alemão),
Pollack (polonês), Breslau, Mannheim, Cracóvia, Warshaw, (Varsóvia).
Nomes
comprados: Exemplos: Gluck (sorte), Rosen (rosas), Rosenblatt (papel ou
folha de rosas), Rosenberg (montanha de rosas), Rothman (homem
vermelho), Koenig (rei),Koenigsberg (a montanha do rei), Spielman (homem
que joga ou toca), Lieber (amante), Berg (montanha), Wasserman (morador
da água), Kershenblatt (papel de igreja), Kramer (que tenta passar como
não judeu).
Nomes designados (normalmente indesejáveis): Exemplos: Plotz (morrer), Klutz (desajeitado), Billig (barato).
Sobrenomes
oriundos da Bíblia: Uma boa quantidade de sobrenomes judeus deriva dos
nomes bíblicos, ou de cidades européias da Ásia Menor. Isto muitas vezes
fez os judeus levarem consigo as pegadas dos lugares em que se
originaram. Tomemos como exemplo de "raiz de sobrenome" o nome de
Abraham (Abrahão). Filho de Abraham se diz diferentemente em cada
idioma. Abramson, Abraams, Abramchik em alemão, ou holandês. Abramov ou
Abramoff em russo.
Abramovici, Abramescu em rumeno. Abramski, Abramovski nas línguas eslavas.
Abramino
em espanhol, Abramelo em italiano. Abramian en armênio, Abrami, Ben
Abram em hebraico. Bar Abram em aramaico e Abramzadek ou Abrampur em
persa.
Abramshvili em georgiano, Barhum ou Barhuni em árabe.
Os
judeus de países árabes também usaram o prefixo ibn. Os cristãos também
passaram a usar seus sobrenomes com agregados que significam "filho
de". Os espanhóis usam o sufixo "ez", os suecos o sufixo "sen" e os
escoceses põem "Mac" no início do sobrenome. Os sobrenomes judaicos não
tomaram a terminação sueca nem o prefixo escocês.
Pode-se
constatar essas variações olhando em catálogos telefônicos quantos
sobrenomes há derivados de Abraham, Isaac e Jacob. Há também sobrenomes
judeus que seguem o nome de mulheres,
mas é menos comum. As vezes isto acontecia porque as mulheres eram
viúvas, ou por alguma razão eram figuras dominantes na família. Goldin
vem de Golda. Hanin de Hana. Perl, ou Perles de Rivka. Um fato curioso
apresenta o sobrenome Ginich. A filha do Gaon de Vilna se chamava Gine, e
se casou com um rabino vindo da Espanha. Seus filhos e netos ficaram
conhecidos como os descendentes de Gine e tomaram o sobrenome Ginich.
Também
há sobrenomes derivados de iniciais hebraicas, como Katz ou Kac, que em
polonês se pronuncia Katz. São duas letras em hebraico, K e Z iniciais
das palavras Kohen Zedek, que significa "sacerdote justo".
Sobrenomes
adquiridos em viagens: Nos sobrenomes que derivam de cidades a origem é
clara em Romano, Toledano, Minski, Kracoviac, Warshawiak (de Varsóvia).
Outras vezes o sobrenome mostra o caminho que os judeus tomaram na
diáspora. Por exemplo, encontramos na Polônia sobrenomes como Pedro, que
é um nome ibérico. O que indica? Foram judeus que escaparam da
Inquisição espanhola no século XV.
Em
sua origem, possivelmente eram sefaradim, mas se mesclaram e adaptaram
ao meio azkenazi. Muitas avós polonesas se chamam Sprintze. De onde vem
esse nome? O que significa? Lembrem-se que em hebraico não se escrevem
as vogais, assim que é um nome que se escreve em letras hebraicas
Sprinz, que em polonês se lê Sprintze, mas como leríamos esse nome se
colocássemos as vogais? Em español, seria Esperanza, e em português
Esperança, que escrito em hebraico e lido em polonês resulta Sprintze.
Mudança
de sobrenomes: Existem muitas histórias nas mudanças dos sobrenomes.
Durante as conversões forçadas na Espanha e em Portugal, muitos judeus
se converteram adotando novos sobrenomes, que as paróquias escolhiam
para os "cristãos novos" como Salvador ou Santa Cruz. Outros receberam o
sobrenome de seus padrinhos cristãos.
Mais
tarde, ao fugir para a Holanda, América ou ao Império turco, voltaram à
religião judaica, sem perder seu novo sobrenome. Assim apareceram
sobrenomes como Diaz ou Dias, Errera ou Herrera, Rocas ou Rocha, Marias
ou Maria, Fernandez ou Fernandes, Silva, Gallero ou Galheiro, Mendes,
Lopez ou Lopes, Fonseca, Ramalho, Pereira e toda uma série de
denominações de árvores frutíferas (Macieira, Laranjeira, Amoreira,
Oliveira e Pinheiro). Ou ainda de animais como Carneiro, Bezerra, Lobo,
Leão, Gato, Coelho, Pinto e Pombo.
Outra
mudança de sobrenomes foi causada pelas guerras. As pessoas pederam, ou
quiseram perder seus documentos, e se "conseguia" um passaporte com
sobrenome que não denunciava sua origem, para cruzar a salvo uma
fronteira, ou escapar do serviço militar.
Nos
fins do século XIX o Czar da Rússia, exigia 25 anos de serviço militar
obrigatório, especialmente dos judeus. Quantos imigrantes fugiram da
Rússia e da Ucrânia com passaportes mudados para evitar uma vida
dedicada ao exército do Czar? Outra questão é que somos filhos de
imigrantes, e muitos sobrenomes se desfiguraram com a mudança de país e
de idioma. As vezes eram os funcionários da Alfândega ou da Imigração,
outras o próprio imigrante que não sabia espanhol, ou escrevia mal. Por
isso, muitos integrantes da mesma família têm sobrenomes similares em
som, mas escritos com grafia diferente.
Pra continuar suas pesquisas indicamos os links abaixo:
- Hebrew Names for Girls
- Sobrenomes usados por cristãos novos
- Nomes e sobrenomes judaicos
- Presença judaica na língua portuguesa
- Origens judaicas no Brasil
- Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos
- Uma Princesa Cristã-Nova na Genealogia de Chico Buarque
Faça sua busca por sobrenomes sefaradi http://www.sephardim.com/

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Sobrenomes usados por cristãos novos processados pela Inquisição

Genealogia Judaico-Brasileira
O que
toda essa história tem a ver com você? Estima-se que cerca de um décimo
(1/10), da população brasileira seja de descendentes de judeus
cristãos-novos - alguns historiadores afirmam que na verdade essa
proporção é de 35%. Isso equivale, na menor das estimativas, a 17 milhões de pessoas.
Segue-se uma
lista retirada do livro "As raízes judaicas no Brasil", de Flávio Mendes
de Carvalho, com os sobrenomes de cristãos-novos, brasileiros ou
residentes no Brasil, condenados pela Inquisição nos séc. XVII e XVIII e
que constam nos arquivos da Torre do Tombo em Lisboa.
A sua família
pode estar citada aqui! É bom lembrar que os judeus, por ocasião da
conversão forçada e para esconder suas raízes e evitar a perseguição,
adotaram muitos sobrenomes de cristãos-velhos. Assim o fato de um
sobrenome estar na lista não nos garante dizer que todas as pessoas que o
carregam são descendentes dos cristãos-novos.
Por outro lado, o
fato de outro sobrenome não estar, não quer dizer que não seja de
origem judaica, posto que a pesquisa de Flávio Mendes não abrangeu todo o
período de atuação da Inquisição e ainda que muitas famílias
conseguiram manter-se em segredo.
Na obra do
historiador, também descendente de cristãos-novos, constam os nomes e na
maioria das vezes a naturalidade, o parentesco e residência dos
judaizantes - termo como eram chamados os conversos descobertos
praticando o judaísmo. Há vários casos em que muitos dos membros de uma
mesma família foram condenados e torturados para delatar a sua própria
gente.
Nota sobre os nomes de árvore como sobrenome judaico
Corre pelo Brasil
uma certa crença de que todos os sobrenomes com nomes de planta e de
animais são sobrenomes de cristãos-novos. Isso é um mito porque muitos
desses nomes são bastante antigos e usados igualmente por famílias
cristãs-velhas. Ainda há, como pode ser visto na lista, diversos outros
tipos de sobrenomes também adotados pelas famílias de conversos, como os
de origem geográfica (p. ex. Toledo, Évora), os de alcunha (p. ex.
Moreno, Bueno), os de profissões (p. ex. Ferreira), os derivados de
nomes de pessoas (p. ex. Henriques, Fernandes), entre outros.
A
Abreu
Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque
Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos
Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta
Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde
Ávila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo
B
Bacelar
Balão Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza
/Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista
Beirão Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo
Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Bragança
Brandão Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhão
C
Cabaco
Cabral Cabreira Cáceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrão
Callado Camacho Câmara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote
Cárceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira
Carrilho Carrollo Carvalho Casado
Casqueiro Cásseres Castenheda Castanho Castelo Castelo Branco
Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Céspedes Chacla Chacon
Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaço Contreiras Cordeiro
Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilhã
Crasto Cruz Cunha
D
Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes
E
Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora
F
Faísca
Falcão Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijão Feijó Fernandes
Ferrão Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro
Figueiroa Flores Fogaça Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Francês Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado
G
Gabriel
Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvão Gama Gamboa Gancoso Ganso
Garcia Gasto Gavilão Gil Godinho Godins Goes Gomes Gonçalves Gouvea
Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra
Guerreiro Gusmão Guterres
H/I
Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordão Jorge Jubim Julião
L
Lafaia
Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leão Ledesma Leitão Leite Lemos Lima
Liz Lobo Lopes Loucão Loureiro Lourenço Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte
M
Macedo
Machado Machuca Madeira Madureira Magalhães Maia Maioral Maj Maldonado
Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marçal Marques Martins
Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melão Mello Mendanha
Mendes Mendonça Menezes Mesquita Mezas Milão Miles Miranda Moeda
Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo
Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morão Morato Moreas Moreira
Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz
N
Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes
O
Oliva Olivares Oliveira Oróbio
P
Pacham/Pachão/Paixão
Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa
Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta
Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda
Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro
Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proença
Q
Quadros Quaresma Queiroz Quental
R
Rabelo
Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello
Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão
Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz
S
Sa
Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarém Santiago
Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo
Serpa Serqueira Serra Serrano Serrão Serveira Silva Silveira Simão
Simões Soares Siqueira Sodenha Sodré Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis
Sondo Soutto Souza
T/U
Tagarro
Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones
Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Trindade Uchôa
V/X/Z
Valladolid Vale Valle Valença Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalão Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga
Presença judaica na língua portuguesa
Presença judaica na língua portuguesa, expressões e dizeres populares em português de origem cristã-nova ou marrana.
O
objetivo do presente trabalho é apresentar alguns exemplos de
influência judaica na língua portuguesa, a partir de uma ampla pesquisa
sócio-linguística que venho desenvolvendo há anos. A opção por judaica
(e não hebraica) deve-se a uma perspectiva filológica e histórica mais
abrangente, englobando dialetos e idiomas
judaicos, como o ladino (judeu-espanhol) e o iídiche (alemão), entre os
mais conhecidos, além de vocábulos judaicos e expressões hebraicas que
passaram a integrar o vernáculo a partir de subterfúgios e/ ou
corruptelas, cuja origem remonta à bagagem cultural de colonizadores
judeus, cristãos-novos e marranos.
Há
uma significativa probabilidade estatística de brasileiros descendentes
de ibéricos, principalmente portugueses, terem alguma ancestralidade
judaica. A base
histórica para tal é a imigração maciça de judeus expulsos da Espanha,
em 1492, para Portugal, devido à contiguidade geográfica e às promessas
(não cumpridas) do Rei D. Manuel I, que traziam esperança de sua
sobrevivência judaica como tal. Mesmo com a expulsão de Portugal em
1497, os judeus (além dos cristãos-novos e dos cripto-judeus ou
marranos) chegaram a constituir 20 a 25% da população local.
Sefaradim
(de Sefarad, Espanha, da Península Ibérica) procuraram refúgio em
países próximos no Mediterrâneo, norte da África, Holanda e nas
recém-descobertas terras de além-mar nas Américas, procurando escapar da
Inquisição. Até hoje é controversa a origem judaica ou criptojudaica de
descobridores e colonizadores do Brasil, para onde imigraram
incontáveis cristãos-novos, alternando durante séculos uma vida como
judeus assumidos e marranos, praticando o judaísmo secretamente (fora os
que permaneceram efetivamente católicos), de acordo com os ventos
políticos, sob o domínio holandês ou a atuação da Inquisição, variando
de um clima de maior tolerância e liberdade à total intolerância e
repressão.
Comparando
apenas sob o ponto de vista cronológico, nem sempre lembramos que,
enquanto o Holocausto na Segunda Guerra Mundial foi tão devastador,
especialmente nos quatro anos de extermínio maciço de judeus, a
Inquisição durou séculos, pelo menos três dos cinco da história
“oficial” do Brasil, isto é, após o descobrimento. Tantos séculos de
medo, denúncias, processos e mortes, geraram, por um lado, um ambiente
psicológico de terror para os judeus e cristãos novos no Brasil; por
outro, um anti-semitismo evidente ou subliminar que permaneceu arraigado
na população, inclusive como autodefesa e proteção.
Uma
característica do comportamento de cristãos-novos “suspeitos” foi
procurar ser “mais católicos do que os católicos”, buscando sobreviver à
intolerância e determinando práticas sócio-culturais e lingüísticas.
A
citada alternância entre vidas assumidamente judaicas e marranas,
praticando judaísmo em segredo, com costumes variados, unificados pela
“camuflagem” de seu teor judaico, gerou comportamentos e aspectos
culturais (abrangendo rituais, superstições, ditados populares, etc.)
que se arraigaram à cultura nacional. A maioria da população desconhece
que muitos costumes e dizeres que fazem parte da cultura brasileira têm
sua origem em práticas criptojudaicas. Apresentarei alguns exemplos bem
como suas origens e explicações, a partir da origem judaica “marrana”.
“Gente
da nação” é uma das denominações para designar marranos, judeus,
cristãos-novos e cripto-judeus, embora existam diferenças entre termos e
personagens.
Cristãos-novos
foi denominação dada aos judeus que se converteram em massa na
Península Ibérica nos séculos XIII e XIV; é preconceituosa devido à
distinção feita entre os mesmos e os “cristãos-velhos”, concretizado nas
leis espanholas discriminatórias de “Limpieza de Sangre” do século XV.
Criptojudeus
eram os cristãos-novos que mantiveram secretamente seu judaísmo. Gente
da nação era a expressão mais utilizada pela Inquisição e Marranos, como
ficaram mais conhecidos. Embora todos fossem descendentes de judeus, só
poucos voltaram a sê-lo, e em países e épocas que o permitiram.
O
próprio termo “marrano” possui uma etimologia diversificada e
antitética. Unterman (1992: 166), conceitua de forma tradicional, como
“nome em espanhol
para judeus convertidos ao cristianismo que se mantiveram secretamente
ligados ao judaísmo. A palavra tem conotação pejorativa” geralmente
aplicada a todos os cripto-judeus, particularmente aos de origem
ibérica.
Em
1391 houve uma maciça conversão forçada de judeus espanhóis, mas a
maioria dos convertidos conservou sua fé. Já Cordeiro (1994), com base
nas pesquisas de Maeso (1977), afirma que a tradução por “porco” em
espanhol tornou-se secundária diante das várias interpretações
existentes na histografia do marranismo.
Para
o historiador Cecil Roth (1967), marrano, velho termo espanhol que data
do início da Idade Média que significa porco, aplicado aos
recém-convertidos (a princípio ironicamente devido à aversão judaica à
carne de porco), tornou-se um termo geral de repúdio que no século XVI
se estendeu e passou a todas as línguas da Europa ocidental.
A
designação expressa a profundidade do ódio que o espanhol comum sentia
pelos conversos com quem conviviam. Seu uso constante e cotidiano
carregado de preconceito turvou o significado original do vocábulo. Em
“Santa Inquisição: terror e linguagem”, Lipiner (1977) apresenta as
definições: “Marranos: As derivações mais remotas e mais aceitáveis
sugerem a origem hebraica ou aramaica do termo. Mumar: converso,
apóstata. Da raiz hebraica mumar, acrescida do sufixo castelhano ano
derivou a forma composta mumrrano, abreviado: Marrano.
Tratar-se-ia,
pois de um vocábulo hebraico acomodado às línguas ibéricas. Marit-áyin:
aparência, ou seja, cristão apenas na aparência. Mar-anús: homem
batizado à força. Mumar-anus: convertido à força. Contração dos dois
termos hebraicos, mediante a eliminação da primeira sílaba”. Anus, em
hebraico, significa forçado, violentado.
Antes
de exemplificar a contribuição lingüística marrana, convém ressaltar
que a vinda dos portugueses para o Brasil trouxe consigo todos os
empréstimos culturais e lingüísticos que já haviam sido incorporados ao
cotidiano ibérico, desde uma época anterior à Inquisição, além de novos
hábitos e características; muitas palavras e expressões de origem
hebraica foram incorporadas ao léxico da língua portuguesa mesmo antes
de os portugueses chegarem ao Brasil. Elas encontram-se tão arraigadas
em nosso idioma que muitas vezes têm sua origem confundida como sendo árabe ou grega.
Exemplo:
a “azeite”, comumente atribuída uma origem árabe por se assemelhar a um
grande número de palavras começadas por “al-” (como alface, alfarrábio,
etc.), identificadas como sendo de origem árabe por esta partícula
corresponder ao artigo nesta língua. O artigo definido hebraico é a
partícula “a-” e “azeite” significa, literalmente, em hebraico “a
azeitona” (ha-zait).
Apesar
da presença judaica por tantos séculos, em Portugal como no Brasil, as
perseguições resultaram também em exclusões vocabulares. A maior parte
dos hebraísmos chegou ao português por influência da linguagem
religiosa, particularmente da Igreja Católica, fazendo escala no grego e
no latim eclesiásticos, quase sempre relacionados a conceitos
religiosos, exemplos: aleluia, amém, bálsamo, cabala, éden, fariseu,
hosana, jubileu, maná, messias, satanás, páscoa, querubim, rabino,
sábado, serafim e muitos outros.
Algumas
palavras adotaram outros significados, ainda que relacionados à idéia
do texto bíblico. Exemplos: babel indicando bagunça; amém passando a
qualquer concordância com desejos; aleluia usada como interjeição de
alívio.
O
preconceito marca palavras originárias do hebraico usadas de forma
depreciativa, como: desmazelo (de mazal – negligência, desleixo), malsim
(de mashlin – delator, traidor), zote (de zot / subterrâneo, inferior,
parte de baixo – pateta, idiota, parvo, tolo), ou tacanho (de katan –
que tem pequena estatura, acanhado; pequeno; estúpido, avarento); além
de palavras relacionadas a questões financeiras, como cacife, derivada
de kessef = dinheiro.
Dezenas
de nomes próprios têm origem hebraica bíblica, como: Adão, Abraão,
Benjamim, Daniel, Davi, Débora, Elias, Ester, Gabriel, Hiram, Israel,
Ismael, Isaque, Jacó, Jeremias, Jesus, João, Joaquim, José, Judite,
Josué, Miguel, Natã, Rafael, Raquel, Marta, Maria, Rute, Salomão, Sara,
Saul, Simão e tantos outros. Alguns destes, na verdade, são nomes
aramaicos, oriundos da Mesopotâmia, como Abraão (Avraham), que se
incorporaram ao léxico hebraico no início da formação do povo hebreu.
Podemos
citar centenas de nomes e sobrenomes de judaizantes e números de seus
dossiês, desde a instalação da Inquisição no Brasil, a partir dos
arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, e de livros como Wiznitzer
(1966), Carvalho (1982), Falbel (1977), Novinsky (1983), Dines (1990),
Cordeiro (1994), etc.
Sobrenomes
muito comuns, tanto no Brasil como em Portugal, podem ser atribuídos a
uma origem sefardita, já que uma das características marcantes das
conversões forçadas era a adoção de um novo nome. Muitos conversos
adotaram nomes de plantas, animais, profissões, objetos, etc., e estes
podem ser encontrados em famílias brasileiras, até hoje, em número tão
grande que seria difícil enumerá-los. Exemplos: Alves, Carvalho, Duarte,
Fernandes, Gonçalves, Lima, Silva, Silveira, Machado, Paiva, Miranda,
Rocha, Santos, etc. Não devemos excluir a possibilidade da existência de
outros sobrenomes portugueses de origem judaica.
Porém
é importante ressaltar que não se pode afirmar que todo brasileiro cujo
sobrenome conste dos processos seja descendente direto de judeus
portugueses; para se ter certeza é necessária uma pesquisa profunda da
árvore genealógica das famílias.
Há
ainda algumas palavras e expressões oriundas do misticismo judaico, tão
desenvolvido na idade média. O estudo do Talmud e da Cabalá trouxe
também contribuições do aramaico, como a conhecida expressão
“abracadabra”, que é tida pela nossa cultura como uma “palavra mágica”
(num sentido fabuloso), mas que, na realidade pode ser traduzida como
“criarei à medida que falo” (num sentido real e sólido para a cultura
judaica).
Algumas
palavras também designam práticas judaicas ou formas de encobri-las,
especialmente observável nos costumes alimentares. Por exemplo: os
judeus são proibidos pela Torá de comer carne de porco, porque tem os
cascos fendidos e não rumina, sendo, portanto, impuro.
Para
simular o abandono desse princípio e enganar espiões da Inquisição, os
cristãos-novos inventaram as alheiras, embutidos à base de carne de
vitelo, pato, galinha, peru – e nada de porco. Após algumas horas de
defumação já podem ser consumidos. Da mesma forma, peixes “de couro”
(sem escamas) não serviam para consumo.
Passando às expressões, apresento alguns exemplos, sua origem e explicação:
–
“Ficar a ver navios” – Em 1492 foi determinado que os judeus que não se
convertessem teriam de deixar a Espanha até ao fim de julho. Centenas
de milhares então se fixaram em Portugal. O casamento do rei D. Manuel
com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, levou-o a aceitar a exigência
espanhola de expulsar todos os judeus residentes em Portugal que não se
convertessem ao catolicismo, num prazo que ia de Janeiro a Outubro de
1497.
O
rei Dom Manuel precisava dos judeus portugueses, pois eram toda a
classe média e toda a mão-de-obra, além da influência intelectual. Se
Portugal os expulsasse logo como fez a Espanha, o país passaria por uma
crise terrível. Na realidade D. Manuel não tinha qualquer interesse em
expulsar esta comunidade, que então constituía um destacado elemento de
progresso nos setores da economia e das profissões liberais.
A
sua esperança era que, retendo os judeus no país, os seus descendentes
pudessem eventualmente, como cristãos, atingir um maior grau de
aculturação. Para obter os seus fins lançou mão de medidas extremamente
drásticas, como ter ordenado que os filhos menores de 14 anos fossem
tirados aos pais a fim de serem convertidos. Então fingiu marcar uma
data de expulsão na Páscoa.
Quando
chegou a data do embarque dos que se recusavam a aceitar o catolicismo,
alegou que não havia navios suficientes para os levar e determinou um
batismo em massa dos que se tinham concentrado em Lisboa à espera de
transporte para outros países.
No
dia marcado, estavam todos os judeus no porto esperando os navios que
não vieram. Todos foram convertidos e batizados à força, em pé. Daí a
expressão: “ficaram a ver navios”. O rei então declarou: não há mais
judeus em Portugal, são todos cristãos (cristãos-novos) . Muitos foram
arrastados até a pia batismal pelas barbas ou pelos cabelos.
–
“Pensar na morte da bezerra”: frase tão comumente dita por sertanejos
quando querem referir-se a alguém que está meditando com ares de
preocupação: “está pensando na morte da bezerra”. Registram as
denunciações e as confissões feitas ao Santo Oficio, a noção popular,
naquele distante período, do que seria o livro fundamental do judaísmo: a
Torá. De Torá veio Toura e depois, bezerra, havendo inclusive quem
afirmasse ter visto em cara de alguns cristãos-novos, o citado objeto,
com chifres e tudo.
–
“Passar a mão na cabeça”, com o sentido de perdoar ou acobertar erro
cometido por algum protegido, é memória da maneira judaica de abençoar
de cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face,
enquanto pronunciava a bênção.
–
Seridó, região no Rio Grande do Norte, tem seu nome originário da forma
hebraica contraída: Refúgio dele. Porém, não é o que escreve Luís da
Câmara Cascudo, indicando uma origem indígena do nome da região, de
“ceri-toh”. Em hebraico, a palavra Sarid significa sobrevivente.
Acrescentando- se o sufixo ó, temos a tradução sobrevivente dele. A
variação Serid, “o que escapou”, pode ser traduzido também por refúgio.
Desse modo, a tradução para o nome seridó seria refúgio dele ou seus
sobreviventes.
–
Passar mel na boca: quando da circuncisão, o rabino passa mel na boca
da criança para evitar o choro. Daí a origem da expressão: “Passar mel
na boca de fulano”.
–
Para o santo: o hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte
do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá, anunciado pelo Profeta Elias).
–
“Que massada!” –usada para se referir a uma tragédia ou contra-tempo, é
uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel,
reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas
após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio
coletivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador
Flávio Josefo.
– “Pagar siza” significando pagar imposto vem do hebraico e do aramaico (mas = imposto, em hebraico de misa, em aramaico).
–
“Vestir a carapuça” ou “a carapuça serve para ...” vem da Idade Média
inquisitorial, quando judeus eram obrigados a usar chapéus pontudos (ou
com três pontas) para serem identificados.
–
“Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com
versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado, dentro de caixas variadas,
no batente direito das portas).
–
"Deus te crie" após o espirro de alguém é uma herança judaica da frase
Hayim Tovim, que pode ser traduzido como tenha uma boa vida.
–
“Pedir a bênção” aos pais, ao sair e chegar em casa, é prática judaica
que remonta à benção sacerdotal bíblica, com a qual pais abençoam os
filhos, como no Shabat e no Ano Novo.
– “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade”
bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, costume
arraigado até os dias de hoje, para “não jogar a sorte fora” é uma
camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos portais de entrada, bem
como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do
Shabat (Sábado, dia santo de descanso semanal) e de Pessach.
–
“Apontar estrelas faz crescer verrugas nos dedos” era a superstição que
se contava às crianças para não serem vistas contando estrelas em
público e denunciadas à Inquisição, pois o dia judaico começa no
anoitecer do dia anterior, ao despontar das primeiras estrelas, dado
necessário para identificar o início do Shabat e dos feriados judaicos.
Para
concluir, gostaria de mencionar um tema polêmico decorrente deste
intercâmbio cultural-religioso: sua influência no português, em
vocábulos que adquiriram uma conotação pejorativa e negativa. Os mais
discutidos são: judeu, significando usurário, o verbo judiar (e o
substantivo judiação) com o sentido de maltratar, torturar, atormentar.
Seja
sua origem a prática de “judaizar” (cristãos-novos mantendo judaísmo em
segredo e/ ou divulgando-o a outros), seja como referência ao maltrato e
às perseguições sofridas pelos judeus durante a Inquisição, o fato é
que, sem dúvidas, sua conotação é negativa, e cabe a nós estudiosos do
assunto e vítimas do preconceito, esclarecer a população e a mídia,
alertando e visando à erradicação deste uso, não só pelo desgastado
“politicamente correto”, que leva a certos exageros, mas para uma
conscientização do eco subliminar de um longo passado recente, Pelo qual
não basta o pedido de perdão, se não conduzir a uma mudança no
comportamento social.
Jane Bichmacher de Glasman (UERJ)
Referências Bibliográficas:
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ROTH, Cecil (ed.) Enciclopédia judaica. Rio de Janeiro. Tradição, 1967.
UNTERMAN, Alan. Dicionário judaico de lendas e tradições. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.
WIZNITZER, Arnold. Os judeus no Brasil Colonial. São Paulo: Pioneira, 1966.
Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos
A origem dos Sobrenomes judaicos
Onomástica italiana; A origem dos Sobrenomes judaicos - Onomástica italiana
Aldo Campagnano
O
sobrenome é o nome próprio que pertence a uma família e que se
transmite de pai para filho. Em italiano é chamado de “cognome” e deriva
do latim cum nome, no sentido que se acompanha ao nome para melhor
caracteriza-lo. O sobrenome é uma criação que corresponde a uma
determinada etapa da sociedade, uma conquista relativa a estabilidade e a
organização dos indivíduos na coletividade.
Nas línguas neo-latinas ou germânicas o sobrenome é invariável, em outras é conjugado por gênero e numero.
Na
antiga Grécia as pessoas eram identificadas com o nome próprio (os
nomes individuais eram continuamente inventados), do pai ou da
localidade de origem, habito este transferido pelos ancestrais
indo-europeus.
Os
latinos, população céltica, usavam um sistema onomástico muito
semelhante ao atual; era um dos mais complexos e antigos do Ocidente. A
explicação para esta complexidade é de natureza social: de fato a
família latina era mais organizada da grega, constituindo uma espécie de
pequeno estado dentro do Estado.
Os
nomes dos latinos possuíam uma formula trimembre, que se construiu
progressivamente com o passar das épocas e das correspondentes mudanças
sociais:
Ex.: Praenomen (Caio) + Nomen (Julius) + Cognomen (Cesar)
No
começo também os romanos usavam somente o nome individual (praenomen).
Em seguida para indicar o grande grupo familiar (gens) ao qual o
individuo pertencia o nomen foi acrescentado ao praenomen; mas, para
evitar confusões nas formulas onomásticas, quando estes grupos (gens)
ficaram muito grandes, para distinguir os diferentes ramos dentro da
mesma gens, foi acrescentado o cognomen, que se tornou hereditário.
O praenomen passou a ser usado somente entre pessoas que tinham muita familiaridade entre si.
Com
a queda do Império Romano, o advento do cristianismo e as grandes
invasões bárbaras, os vínculos familiares e sociais mudaram e mudou
também o sistema onomástico dos latinos.
A
formula trimembre romana caiu em desuso por vários motivos: por causas
religiosas, o cristianismo, com sua nova ideologia igualitária e o novo
espírito de humildade renunciou as distinções supérfluas; por causas
sociais e políticas, em 212 ,
com o edito de Caracalla (Constitutio Antoniana) a cidadania romana era
estendida a todos os homens livres do Império e aos imigrantes,
perdendo assim a formula trimembre seu valor como “símbolo de classe”; e
enfim por motivos lingüísticos, o praenomen e o nomen, estendidos a
todos os homens livres perderam a função de identificar, esta função foi
transferida sobre o cognomen.
Voltou-se
assim ao nome único (muito difundido o dos Santos), não hereditário e
substituído as vezes, em ambiente familiar, por diminutivos e
eventualmente seguido por adições relativas as suas qualidades, a
patronímicos ou toponímicos.
O
sistema de nome único se revelou inadequado e na Itália, como em toda a
Europa cristã, sentiu-se a necessidade de acrescentar ao nome pessoal
um novo elemento para distinguir os indivíduos: voltaram assim os
patronímicos, os toponímicos e os apelidos.
A
partir do séc. IX até o começo do ano 1000, quando o governo feudal
estava definitivamente consolidado, os nobres feudais acrescentaram a
seus nomes o nome da terra que acabou ficando como sobrenome geográfico.
Tal sobrenome podia ser transferido ao filho primogênito.
O
sobrenome foi se difundindo lentamente enquanto a sociedade se tornava
sempre mais complexa e organizada e as pessoas abandonavam o campo para
as cidades que se transformaram, por sua vez, em grandes conglomerados
urbanos.
A
consolidação do uso do sobrenome seguia o aumento das relações entre as
pessoas e a estruturação da organização social que acabou se baseando
em três itens: o individuo, a família e o Estado, estrutura social que
surgiu na Itália com a formação das Comunas. Nestas os primeiros
difusores dos sobrenomes foram os burocratas: tabeliões, oficiais de
justiça e os fiscais contribuíram para a hereditariedade destes
registrando-os sobre atas, registros, etc., facilitando a identificação
das pessoas que, tendo somente o nome, podiam ser identificados somente
através dos nomes dos pais e avós.
As
Comunas foram os lugares de origem dos sobrenomes e como a cidade de
Veneza foi a primeira a ter uma sua própria independência os primeiros
sobrenomes apareceram nesta cidade.
Parece
que nesta, já a partir de 819, algumas pessoas já tinham usado uma
segunda distinção além do nome próprio, mas é somente durante o 1200 que
esta qualificação, com uma fórmula
trimembre difundida em cada classe do povo, formada por nome, sobrenome
e apelido, alcançou sua definitiva consolidação. Assim a fixação, o uso
e a tutela do sobrenome transformaram-se em elementos ligados com a
identidade pessoal.
A
partir de 1500 o uso do sobrenome era um fato universalmente e
definitivamente adquirido. Os sobrenomes, assim como os brasões e as
marcas de fabrica, eram transmitidos de geração em geração á regrediram
devido a extinção de muitos grupos familiares.
A
Igreja teve um importante papel no processo de cristalização dos
sobrenomes e, mais exatamente, o clero que se encontrava em todas as
cidades e aldeias.
Em
1563, o Concilio de Trento - convocado para promover a Reforma da
Igreja na tentativa de remediar a fratura entre católicos e protestantes
– entre outras coisas decretou a obrigação de cuidar dos registros de
batismo que, a partir deste momento passaram a registrar não somente os
nomes das pessoas mas também os de suas famílias. Isto foi determinante
na história e significado do sobrenome que passava a validar o uso,
difundido a partir do fim de 1300, da proibição de casamentos entre
consangüíneos.
Os
Estados delegaram, por mais de dois séculos, as funções de emitir
atestados de nascimento, casamento e morte à estrutura da Igreja, dando
mais fé a ela do que a seus próprios registros.
O conjunto das disposições eclesiásticas relativas aos sobrenomes constituía um sistema completo muito aparecido com o de hoje.
Uma
lei de 1803, decretada na França e adaptada depois a outros Estados,
proclamava a imutabilidade do nome (entendendo com este o conjunto de
nome de batismo e sobrenome), mas permitia a possibilidade de troca-lo
com uma autorização por justos motivos.
Tal
norma afirmava a necessidade da legalização do nome que se transformou
em um verdadeiro objeto de propriedade do cidadão além de um instrumento
de ordem ao serviço de um Estado eficiente do ponto de vista
administrativo.
Em 1813 uma outra lei francesa
(a Itália neste período foi transformada em um conjunto de varias
Republicas dependentes da França), emanada pelo vice-rei Eugenio
Napoleão, estabelecia que todos os indivíduos ainda sem sobrenome deviam
assumi-lo entre um período de três meses. Esta lei foi decretada devido
ao fato que, neste período, foi constatado que no território entre
Fermo e Macerata (região italiana das Marche) mil e setecentos e uma
pessoas não haviam ainda um sobrenome e distinguiam-se somente com os
patronímicos (filho/a de).
Na
Itália o Código civil, em 1865, não continha ainda uma afirmação
explicita do direito ao nome: tal direito foi sancionado, em 1939, com o
Real Decreto nº. 1238 (“Ordenamento do Estado Civil”) que estabelecia
as
modalidades
e as trocas de nome), e, mais tarde seria reforçado pela Constituição e
pelo Código Civil (tutela do direto ao nome).
O
uso do nome imposto ao individuo e do sobrenome comum a todos os
membros de uma família e transmitido de pai para filho, foi
enraizando-se nos hábitos de todos os povos civis em maneira tão segura
de dispensar nas codificações modernas uma regra geral que o
reconhecesse e o determinasse.
As
disposições de leis que se referem ao nome partem assim de um
pressuposto indiscutível de tal uso e assim se explica como o código
civil italiano achou supérfluo estabelecer com uma regra particular qual
devia ser o sobrenome dos nascidos de uma união legitima.
Foi
necessário, porém, recorrer aos artigos n.º 172 e 174 do próprio código
para determinar que o filho legitimo tinha que usar o sobrenome do
próprio pai, o filho natural assumia o nome de família de um dos pais
que o quisesse reconhecer, ou do pai se fosse reconhecido por ambos.
Posteriormente
em relação aos filhos de pais desconhecidos, a lei italiana estabeleceu
que seja o Oficial do estado civil a providenciar o nome (art.58,
r.decreto 15 nov. 1865, n. 2602) ou a administração do publico orfanato
ao qual a criança tenha sido consignada (art. 378 do cód. Civil).
A
lei de 8 março 1928, n.º 383 aprimorando uma proposta de disposição
conteúda no citado artigo n.º 58 da lei sobre a organização
(ordenamento) do estado civil, proíbe no atestado de nascimento de impor
sobrenomes como nomes ou impor nomes (e para os filhos de pais
desconhecidos também sobrenomes) ridículos o que levem ofensa à ordem
publica ou ao sentimento nacional ou religioso ou que sejam denominações
geográficas ou de lugar.
Assim
também é proibido impor aos filhos de pais desconhecidos nomes e
sobrenomes que possam deixar suspeitas sobre suas origens, ou seja
sobrenomes pertencentes a famílias ilustres ou conhecidas onde o ato de
nascimento é registrado.
O
direito ao nome, conforme resulta das complexas normas legislativas que
a ele se referem, não pode ser alienado, abandonado ou adquirido por
uso capião. Mas o nome designado ao individuo pode sofrer variações ou
adjuntas o também mudar durante a vida deste: a mulher
assume com o casamento o nome do marido (art.131do cód. civil); os
filhos naturais, reconhecidos somente pela mãe assumem, como já dito, o
nome do pai quando sejam reconhecidos
também
por este ou quando sejam legitimados, até por um sucessivo casamento,
seja por decreto real (art.197 do cód. civil.); enfim em caso de adoção o
adotado assume o sobrenome do adotante e o adiciona ao próprio (art.
210 do cód. civil).
A
adição ou a troca de nomes e sobrenomes, além dos casos citados
previstos pelo código civil, pode ser efetuada também por vontade do
individuo, quando porém ocorram graves motivos a serem avaliados caso a
caso. Esta hipótese é prevista e disciplinada pelo titulo VIII da já
citada lei sobre o ordenamento do estado civil, que estabelece qual
procedimento a ser seguido para obter o decreto real que autoriza a
troca ou a adição do nome e sobrenome.
Trocas
de sobrenomes verificadas nas famílias papais e do patriciado. Trocas,
substituições e adições de sobrenomes foram muito freqüentes na Itália,
seja por motivos de sucessões ou por instituições fideicomissorias, que
por razões como as de nobilitar sobrenomes plebeus ou de dar a eles mais
distinção ou, no caso de adições, para encomprida-los e aumenta-los de
prestigio ou também para transmitir a lembrança de ilustres famílias
extintas.
Existiram
no passado exemplos notáveis de troca de sobrenomes no âmbito da Igreja
e do Estado Pontifício: Papa Sisto V deu seu sobrenome Peretti ao filho
de uma irmã que, por sua vez, teve somente uma filha cujos
descendentes
usaram também o mesmo sobrenome. Papa Pio II, impus seu sobrenome,
Piccolomini, ao filho de uma sua irmãque havia-se casado com um Todeschini de Siena.
Os
Aldobrandini, da família de papa Clemente VII, estinguiram-se na
família Borghese, e um componente desta – don Camillo Borghese –
abandonou seu próprio sobrenome para se chamar Aldobrandini. etc., etc.
Famílias com muitos sobrenomes
É
conhecido que as adições de sobrenomes acontecem de preferência, no
patriciado, mas ultimamente os sobrenomes tem a tendência a ficar mais
cumpridos em conseqüência da norma XV das disposições transitórias da
Constituição da Republica Italiana que permite fazer valer como parte do
nome também os predicados nobiliários.
Troca de sobrenomes infamantes
Qualquer
um que deseje trocar seu sobrenome porque ridículo ou vergonhoso, ou
que revele origem ilegítima, deve fazer pedido ao Procurador Geral da
Republica próximo a Corte de Apelação em cuja jurisdição é colocado o
oficio de estado civil onde se encontra o certificado de nascimento ao
qual o pedido se refere. No pedido, deve ser indicado o motivo da troca.
Nunca
podem ser atribuídos, como troca ao sobrenome precedente, sobrenomes de
importância históricas ou pertencentes a famílias ilustres ou famosas
seja no lugar de residência do solicitante que no lugar de residência,
nem sobrenomes que são denominações de localidades, nem que fazem parte
da nobreza italiana, nem, também, adições de predicados, apelidos ou
sobrenomes precedidos de atributos de nobreza.
Retificação obrigatória dos sobrenomes nas províncias anexadas à Itália em conseqüência da guerra 1915-1918.
Em
um discurso proferido na Câmara dos Deputados durante a sessão de 6 de
fevereiro 1926 - chamado mais tarde como contra-ataque à campanha pan-
alemã
-
o chefe do governo deste período depois de ter declarado que os alemães
que moravam no Alto-Adige[1] (em província de Trento) não representavam
uma minoria nacional, mas uma relíquia étnica de 180.000 pessoas, das
quais 80.000 tinham-se tornado alemães, anunciou que logo acharia a
maneira de “ressuscitar os antigos sobrenomes italianos como resultam em
todos os atos do estado civil” .
De
fato leis e decretos-lei dos anos 1926, 1927 e 1928 (r.d.l. 10 de
janeiro 1926, n. 17, transformado na lei de 24 maio 1926, n. 898; r.d.l.
de 7 de abril 1927, n. 494 e r.d.l. 21 de maio 1928, n. 1367)
estabeleceram a retificação obrigatória e a volta em forma italiana dos
sobrenomes de famílias das novas províncias anexadas à Itália depois da
guerra 1915-18, sendo estas as províncias de Trieste, Fiume, Gorizia e
Bolzano além daquelas de Trento. Este procedimento, de caráter
excepcional, era devido às razões de oportunidade política e tinha como
finalidade a de remediar a obra de germanização e de eslavizaçaõ que
aconteceu sob a dominação dos asburgos, entre os povos reconquistados e
reunidos depois à Itália.
A
finalidade pratica era então aquela de retornar a língua italiana
sobrenomes originariamente italianos ou latinos que foram transformados,
nos territórios sob a dominação austríaca, em forma estrangeira e
particularmente os sobrenomes italianos de origem toponomástica
traduzidos em outras línguas o deformados com grafias estrangeiras ou
com a adição de sufixos também estrangeiros.
Uma
nova lei, a de 7 de julho 1934, exigia porém que um nome para poder ser
devolvido à forma italiana não poderia demonstrar somente que derivava
de uma raiz italiana ou latina, mas deveria ter a absoluta certeza que
na sua forma original italiana ou latina era usado como sobrenome. A
questão da retifica obrigatória dos sobrenomes nos territórios
plurilíngües voltou a tona naturalmente depois da segunda guerra
mundial.
De
fato o governo austríaco nos acordos que aconteceram com o governo
italiano em 5 de setembro 1946, contidos no tratado de paz entre a
Itália e as potencias aliadas e associadas, assinado em Paris em 10 de
fevereiro 1947, incluiu a seguinte norma: “Aos cidadãos de língua alemã
da província de Bolzano e aos dos vizinhos Municípios bilíngües da
província de Trento será concedido o direito de readquirir os nomes de
família alemães que foram italianizados nos últimos anos” .
Sobrenomes judaicos
Os
judeus usaram em sua pátria somente o nome bíblico. Mas as coisas
mudaram com o inicio da Diáspora (dispersão) no Ocidente, ou seja depois
da época em que os imperadores romanos Titus (em 70 d.C.) e Adriano
(135 d.C.) destruíram Jerusalém e a Judéia obrigando os israelitas a
peregrinar por toda a Europa.
Na
Itália os judeus estabeleceram-se inicialmente em Roma, nos sul e nas
ilhas (Sicília e Sardenha), mais tarde também no centro e no norte.
Estes se identificavam com o apelido de judeu, hebreu, israelita, semita
precedido pelo nome próprio. Com o passar dos séculos, quando aos
poucos conseguiram obter a emancipação, obtiveram também o direito e o
dever de assumir um sobrenome. Como seus nomes pessoais e apelidos se
repetiam muito, difundiu-se o habito de atribuir a eles um sobrenome que
fazia alusão ao lugar de origem: a cidade (italiana ou européia) de
onde eles provinham, assim apareceram sobrenomes como Milano, Orvieto,
Perugia, Treves, Terracina, etc..
As
vezes o sobrenome era obtido traduzindo ou transferindo no léxico
italiano os apelidos hebraicos - por exemplo o nome israelita Bem Porath
(filho do fruto) foi italianizado em Bemporad (assonância) ou em De
Pomis (tradução) – ou usando um nome que aludia as profissões e ofícios,
como Cantor, Cantorinio, Orefici, Astrólogo, etc. As vezes os judeus
que se convertiam ao cristianismo assumiam o sobrenome de seus padrinhos
de batismo.
É
incorreto acreditar que todos os sobrenomes geográficos sejam próprios
dos judeus enquanto isto é verdadeiro somente para um determinado número
de sobrenomes relativamente recentes e limitadamente a algumas
regiões..
Na
Itália os sobrenomes das famílias judaicas ou são geográficos italianos
ou são alemães, principalmente em Milão; ou são espanhóis, como na
Toscana e mais do que tudo em Livorno; ou são orientais como em Nápoles e
alguns em Milão; ou são gregos, como em Trieste ou, enfim, são
puramente hebraicos ou muito diferentes, espalhados em toda a península.
Porém
nem todos os sobrenomes geográficos são próprios dos judeus e nem todos
os sobrenomes difundidos entre os judeus são exclusivamente judeus,
podem ser muito bem próprios também de pessoas cuja mais antiga tradição
familiar sempre foi cristã.
No fim de 1700 os principais estados da Europa já tinham obrigado os judeus a assumirem um sobrenome.
Entre as medidas adotadas durante o regime fascista pela famosa
defesa da raça italiana havia a lei de 16 de junho 1939, n. 1055 sobre
as regras dos sobrenomes das famílias judaicas. Conforme esta lei os
cidadãos italianos pertencentes à raça judaica que tinham mudado seus
sobrenomes por outros que não revelavam sua origem, eram obrigados a
reassumir o antigo sobrenome, sob pena de graves penalidades.
Alem
disso a mesma lei, em outro item, continha disposições em matéria
testamentária declarando nulas todas as clausulas subordinadas a herança
ou legado ao fato de pertencer o beneficiado à religião israelita etc.
Os cidadãos nascidos de pai judeu e de mãe não judia podiam trocar seu sobrenome por aquele originário materno.
Os
não-judeus cujo sobrenome podia deixar entender que fossem judeus,
tinham a possibilidade de trocar de sobrenome com outro ariano.
Tais modificações eram dispostas pelo Ministério do Interior de comum acordo com o Ministero di Grazia e Giustizia.
Com
um decreto lei de 20 de janeiro 1944, n. 25, tendo em vista a
reintegração dos judeus italianos e para reparar os danos políticos e
morais criados através de uma política racista foi abolida a lei de 1939
e no mesmo tempo foi disposto que todas as anotações de caráter racial
inscritas nos registros do estado civil até as relativas aos sobrenomes
deviam ser consideradas como inexistentes.
Sobrenomes mais freqüentes na Itália
A
seguinte lista, com os sobrenomes mais freqüentes existentes na Itália,
foi compilada por meio de pesquisas efetuadas pelo Instituto Central de
Estatística em municípios com uma população superior aos 100.000
habitantes, sendo eles, em ordem decrescente de população:
Roma
(Rossi, Proietti), Milão (Rossi), Nápoles (Espósito), Turim
(Ferrero,Rossi), Genova (Parodi, Rossi, Canepa, Bruzzone, Traverso),
Palermo (Messina, Russo), Florença (Innocenti), Bolonha (Venturi e
Ventura, Barbieri
,
Montanari), Veneza (Vianello), Catania (Russo e Di Stefano), Bari
(Cassano, Lorusso e Milella), Messina (Cucinotta, Arena e Costa), Verona
(Ferrari, Avesani), Taranto (Russo), Padova (Schiavon, Bortolani,
Galeazzo,
Varotto),
Brescia (Ferrari), Reggio Calábria (Romeo), Livorno (Rossi), Ferrara
(Mantovani), Cagliari (Melis), Parma (Ferrari), La Spezia (Cozzani,
Ferrari, Rossi, Torracca), Modena (Ferrari), Reggio Emilia (Ferrari) e
Bergamo (Rota).
Bibliografia
Vito Tartamella – Nel cognome del popolo italiano – viennepierre. edizioni
Milano 1995
C.D. De Camelis – I cognomi in Italia - ed. R. Noccioli, Firenze 1960
Emidio De Felice – Dizionario dei cognomi italiani _ ed. Mondadori,
Milano, 1978
Enciclopédia G. Treccani, 1935 - v.XXIV- O diritto ao nome – pg. 894
Gazzetta Ufficiale Del Regno d´Italia – n.º 179 13/07/1939, XVII e n.º 256
31/10/1940, XVIII
--------------------------------------------------------------------------------
[1] Nome derivante do rio Adige, que travessa esta região.
http://www.genealogiajudaica.com.br/default.asp?PG=CONTEUDO&IDCANAL=94&IDSECAO=220&IDCONTEUDO=688
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A origem dos Sobrenomes judaicos
É
de conhecimento geral que sobrenomes como Choen, Levy e Katz são
praticamente exclusivos dos judeus e que Gross, Schineider, Schwartz e
Weiss comumente também indicam famílias judias. Passa um tanto
despercebido que o mesmo processo que produziu esta distinção também faz
dos sobrenomes uma importante fonte de conhecimento sobre história e
cultura judaicas.
De
acordo com o segundo capítulo de Bereshit, no início dos tempos, todas
as coisas vivas foram trazidas a Adam: "E como as chamou, este passou a
ser seu nome." A vida era obviamente mais simples quando havia apenas
dois de cada espécie. De fato, mesmo o nome de Adam é uma das palavras
hebraicas para homem; e a Bíblia regularmente se refere a sua esposa
como haishá - "a mulher."
A
medida que as pessoas se multiplicavam, contudo, e se tornou necessário
distinguir uma da outra, surgiram nomes próprios. E quando estes não
eram mais suficientes, várias formas de "nomear" foram adicionados,
mostrando
ascendência,
profissão, origem ou alguma característica que diferenciasse os
diferentes Yossefs, Aharons ou Miriams que viviam numa única comunidade.
Assim,
na Bíblia, encontramos parentesco para ambos, judeus (Yehoshua ben
("filho de") Num, Hoshea ben Beeri) e não-judeus (Balak ben Tsipor,
Bil'am ben Beor), bem como nomes que incorporavam uma série de
antepassados -
Côrach
ben Yits'har ben Kehat ben Levi; Mordechai ben Yair ben Shim'i ben
Kish. Durante o período talmúdico encontramos Yochanan, o sapateiro;
Hillel, o Babilônio; Gamliel, o Ancião; Aba Arika ("o alto"). É claro,
nenhum destes apelidos era hereditário, uma vez que tinha relações com a
vida do dono.
Os
modernos sobrenomes hereditários remontam ao fim da Idade Média e,
entre os judeus, uns poucos séculos mais tarde. Começam com as famílias
reais, ansiosas por identificar a si mesmas com uma famoso ancestral ou
propriedades,
quase que do mesmo modo que os líderes dos chassidim de Chabad tomaram o
nome Schneersohn ("descendentes de Shneur"), em honra a seu fundador
dinástico, Rabi Shneur Zalman de Liadi. Quando os nobres imitam a
realeza e a peble os nobres, os sobrenomes estabeleceram-se por toda a
Europa. Embora judeus "emancipados" tomassem sobrenomes em
reconhecimento a sua assimilação cultural, os judeus em geral
primeiramente resistiram à tendência. Mas à medida que as cidades e as
nações começaram a organizar arquivos oficiais, tornou-se óbvio que
apelidos de família permanentes eram essenciais à eficiência; e dos
judeus foi exigido que adotassem sobrenomes em um país após outro - na
Áustria em 1787, França em 1808, Prússia em 1812.
Ao
adaptar a antiga tradição sob a qual cada judeu é identificado ou como
um descendente de Aharon, o primeiro sacerdote (Choen) ou da tribo de
Levi, ou do resto da nação judaica (yisrael), muitas famílias chamavam a
suas mesmas de Cohen, Cohn, Kahn, Kahana; Levy, Levi, Levin; Israel,
Iserel. Outros empregavam títulos-padrão de sinagogas como Chazan,
("cantor") e Beck, de Baal; Corê, ("o ledor da Torá") ou acrósticos como
Katz, de Cohen Tsêdec, ("o justo sacerdote") e Segal, de Segan Leviyá
("ajudante sacerdotal). Outros ainda tiravam os sobrenomes do ganha-pão
de um ancestral.
Os
mais óbvios sobrenomes referem-se a traços físicos distintivos. Apesar
da severa condenação de Shulshan Aruch de apelidos pejorativos, as
pessoas com os mesmos nomes eram distinguidas por alcunhas como Grande,
Pequeno, Magro,
Gordo.
Isto é mais evidente em famílias com diversos primos com o mesmo nome
de um avô, uma situação que resulta em nomes como Grande Ester; e Moshê
der roiter ("o ruivo") em oposição a Moshê der shvartser ("o moreno).
Muitos
destes nomes- especialmente ao menos ofensivos - tornaram-se nomes de
família em diferentes línguas: Black ("preto") em inglês corresponde a
Schwartz em alemão e yidish, e em russo e polonês Cherney; White
("branco")
em
alemão e yidish é Weiss, e em russo Belli; uma pessoa grande é Gross em
alemão e yidish, Krupney em russo, Wilki em polonês, Nagy em húngaro;
uma pessoa pequena, Klein em alemão e yidish, Malenki em russo, Piccolo
em italiano.
Com
afinidades a estes, há outros sobrenomes que se referem a anseios e
bênçãos sobre o filho; por exemplo, em alemão Kluger ("inteligente"),
Scharf ("perpicaz"), Susskind ("doce criança"); o russo Balaben
("querido") e Lefky ("inteligente"). Mas talvez os mais antigos de todos
- de volta às benções de Yaacov sobre seus filhos ao final de Bereshit -
são aquelas designando atributos de animais: Yehudá, Gur Aryê ("jovem
leão"), Binyamin, Zev
("lobo"), Naftali, Hirsch ("cervo").
Durante
a Idade Média na Alemanha, era comum que um nome judaico fosse seguido
por seu equivalente germânico, como Aryê Lowe ("leão"), correspondendo
ao yidish Aryê Leib, Dov Ber ("urso"), Tsevi Hirsch ("cervo"), Zev Wolf
("lobo). Este costume era aparentemente difundido, como
pode
ser observado em sobrenomes russos. Lev ("leão"), Volk ("lobo"), Olen
("cervo"), Medved ("urso") e mesmo o nome espanhol Lopez, do latim lupus
("lobo").
Enquanto
os sobrenomes escolhidos para si mesmos eram agradáveis ou ao menos
neutros, os forçamente impostos eram freqüentemente cruéis. Motivados
por amplo anti-semitismo ou o desejo de suborno, as autoridades
impingiam a suas vítimas nomes como Kalb ("bezerro"), Knoble ("alho"),
Schlemmer("comilão"), Zwieble ("cebola").
Esta
espécie de sobrenomes, contudo, muito nos diz sobre as características
que os judeus valorizavam, sua ligação às antigas tradições bíblicas e
as indignidades que sofreram nas mãos das autoridades dos séculos XVIII e
XIX.
Outros
três tipos de sobrenomes - os que mostram ascendência, origem e
ocupação - são mais significativos que as características físicas como
indicadores de onde moravam e o que faziam os judeus.
O valor do nome
Na
Idade média, ao abrigar os judeus a adotar um patronímico, os
governantes resolveram que deveriam pagar pelo nome - quanto mais
pomposo, mais pagavam.
Os
mais belos e poéticos eram Rosenberg ("montanha de rosas"), Morgenstern
("estrela da manha"), Silverberg ("montanha de prata"). Mais baratos
eram os
nomes
das profissões: Meier ("fazendeiro"), Fischer ("pescador"), Kaufmann
("mercador"). Nesta categoria estavam também os nomes de cores: Grün
("verde"), Braun ("marrom"), Roth ("vermelho"); e de animais: Fuchs
("raposa"), Katze ("gato"); Vogel ("pássaros"); e cidades.
Em
todas as partes do mundo, os judeus têm nomes que significam "filho
de", uma prática que remete à Bíblia. Assim, mesmo na ausência de outra
prova, poderíamos presumir que as colônias judaicas deram origem ao
árabe ibn Ezra; ao inglês, Israelson; ao alemão, Mendelsson; ao russo,
Jacobowitz; ao polonês, Abramowicz. E a este respeito é interessante
notar a popularidade de uma nome como David, que forma a base de
Davidson, ibn Daud, Davidowitz, Davidowicz.
É
claro, séculos de distorção têm obscurecido a fonte de muitos
patronímicos, com Faivelson e Faitelson. Já nos tempos do Talmud, os
judeus tinham nomes gregos como Alexandre, Antígono, Hircano, Phoebus.
Ao final,
Phoebus
tornou-se Faibush em yidish, com o diminutivo Faivel e o patronímico
padrão hebraico ben Faivel foi traduzido no sobrenome Faivelson remonta à
Alta Idade Média, quando muitos nomes hebraicos foram traduzidos nas
línguas românicas, dando Chayim-Vidal (de "vita", vida); Baruch-Bendit
(de "benedictus", bendito); Ticva-Shprintsá (de "esperanza", esperança).
Ao mesmo tempo, Vidal tornou-se Faitel, a base de Faitelson. Os
detalhes das
colônias
são fornecidos por outros sobrenomes também, uma vez que um
recém-chegado recebe um apelido de acordo com a sua morada anterior -
como era Hilel, o Babilônio. Assim, podemos Ter certeza que os judeus
viveram e migraram de países cujos nomes levaram consigo: Frankel,
Deutsch, Hollander,
Pollack.
Pela
mesma razão, podemos presumir grandes populações judaicas das cidades
representadas por sobrenomes, como o italiano: Módena, Montefiore,
Romano, Soncino; espanhol: Milona, Navarro, Torme, Trujillo; português:
Castro,
Oporto,
da Silva e da Sola; alemão: Berliner, Frankfurter, Neustadter,
Oppenheimer; polonês: Breslau, Krakow, Warsaw, Wilner; russo: Kief,
Minsky, Novgoroder, Penza - além de nomes que terminam em -berg
("cidade"), -berger("da cidade), -owitz e sky ("de"), como Greenberg,
Isenberger,
Gartenberg, Neuberger, Isenberger, Moskowitz, Washavski, Poznanski.
Finalmente,
se os nomes descritivos contam que os judeus valorizavam e o
patronímico e sobrenomes de origem dizem onde viviam, os sobrenomes
indicam uma grande visão social daqueles baseados na ocupação. Que os
judeus em todo
o
mundo eram artesãos está claro a partir da riqueza de sobrenomes
profissionais: correspondente a alfaiate (em inglês Taylor) temos um
Schneider em alemão e yidish, Portnoy em russo, Krawiec em polonês,
Sarto em italiano, Chayat em hebraico; para padeiro (em inglês Baker)
temos Becker em alemão e yidish, Pekar em russo, Pek em húngaro,
Boulanger em francês; para açougueiro (em inglês Butcher) temos em
alemão e yidish Fleischer, Katsof em hebraico, Mesnik em russo e Boucher
em francês.
Ademais,
uma visão adicional surge do amplo uso de nomes hebraicos como Sofer
("escriba"), Melamed ("professor") e Chazan ("cantor"), no lugar de
traduções vernáculas como com as ocupações seculares. Os únicos que
parecem ter alguma aceitação real são o alemão Schreiber ("escriba") e
Lehrer ("professor") e o francês Scrivain ("escriba"). E, desnecessário
dizer, todos estes sobrenomes devem ser comparados com a total ausência
de nomes hebraicos do tipo Farmer (fazendeiro), Gardener (jardineiro) e
Forester (couteiro).
Contudo,
embora seja possível classificar sistematicamente como os sobrenomes se
originaram, é impossível prever o que acontecerá com eles. E isto é
também um reflexo da História judaica. Assim, à medida que os judeus
migraram
de um país para outro, por força ou por escolha, tinham constantemente
de anglicizar, galicizar, hebraizar, diminuir, aumentar, dar outra
grafia, reinterpretar ou simplesmente mudar nomes que antes tinham
significado em outra língua.
Desta
maneira, o nome descritivo Frummer("religioso") tornou-se Farmer;
Gartenberg tornou-se Gardener ao contrário de nomes profissionais
judaicos. Do mesmo modo, Shkolnik tornou-se Eshkol; Myerson, Meir;
Gruen, Ben Gurion; Berg tornou-se Boroughs; Schreiber, Writer e Wright;
Chayat tornou-se Hyatt ou talvez Chase; Neustadt e Novgorod ambos
tornaram-se Newton.
E, uma ironia derradeira, todo o propósito dos sobrenomes - Ter um registro permanente de laços familiares - ficou subvertido.
(Fonte: www.shalombr.com)
Luís Alberto Furtado
Uma Princesa Cristã-Nova na Genealogia de Chico Buarque
Genealogia - Artigos
Paulo Valadares
Paulo Valadares
Quem será o avoengo
bahiano que Chico Buarque canta na sua genealógica "Paratodos"? Que
histórias se escondem nessa teia ancestral? Quais os antepassados, por
este ramo, que alcançaram a notoriedade? Qual a sua participação na
história luso-brasileira? Quem são eles?
A resposta está no
belíssimo livro de Francisco Antônio Dória ( com Carlos Barata, Jorge
Ricardo Fonseca, Ricardo Teles Araújo e Gilson Nazareth) "Os Herdeiros
do Poder" (Editora Revan 1995) onde a mecânica política é analisada pelo
ângulo genealógico.
O ancestral bahiano de Chico Buarque é Eulálio da Costa Carvalho, casado com Amélia Benvinda Rodrigues da Costa, pais do político Álvaro de Carvalho, por sua vez pai de Maria do Carmo Carvalho que, casada
com Cesário Alvim, foi mãe de Maria Amélia Cesário Alvim que, esposa
do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), com ele teve
Francisco, isto é, Chico Buarque de Holanda (RJ, 19/6/44) e mais seis filhos, entre eles uma Ana.
Aquela Amélia
Benvinda Rodrigues da Costa pertencia a uma velha família bahiana cujos
ascendentes alí estavam desde os princípios da colonização, entre eles
outra Ana, uma trágica princesa cristã-nova , sua 5ª avó, Ana de Menezes
e Castro.
Ana de
Menezes e Castro, que viveu no final do séc. 17, pertencia às mais
importantes famílias cristãs-novas portuguesas, com conhecidos e
importantes personagens
da "Nação". Ela era filha de Rui Dias de Menezes e Guiomar Ximenes de
Aragão. Apesar de ricos, judaizavam, e por isso a Inquisição os
perseguiu.
Ana de Menezes e
Castro casou-se com Francisco de Abreu da Costa Dória, que lhe deu morte
violenta, e que condenado, envenenou-se na prisão. Chico Buarque
descende diretamente do trágico casal.
Lembremos alguns
dos antepassados da pobre Ana de Menezes e Castro. Seu avô materno,
Mateus Lopes Franco, lutou contra os holandeses e assim mesmo foi vítima
da Inquisição. Este Mateus casou-se com Leonor Ximenes de Aragão, de
prestigiosíssima família judaica: os ricos Ximenes de Aragão e os cultos
Veigas. Os Ximenes de Aragão eram potentes mercadores e parentes das
mais importantes famílias judias da península Ibérica, como os Solis e
os Coronéis. Os Veigas descendiam de médicos judeus que prestavam
serviços à família real portuguesa.
Rui Dias
de Menezes, pai de Ana, também era cristão-novo por parte de pai e mãe.
Ana de Castro, sua mãe, vem dos Castro do Rio, descendentes do judeu
Diogo de Castro do Rio, financiador de Dom João III, tendo emprestado
cem mil cruzados para socorrer o enclave portugues de Mazagão na Africa
(seu filho, Martim, seguira Dom Sebastião na louca empreitada e, aprisionado, foi resgatado por 16.000 cruzados). Seu trisavô paterno, Damião
Dias, foi escrivão da fazenda de Dom João III. Damião Dias era judeu, e
ao converter-se ao cristianismo recebeu o sobrenome Ribeiro. Damião
Dias Ribeiro casou-se com a fidalga Joana de Menezes, que descendia dos
califas árabes Ummaydes, os quais descendem diretamente do Profeta
Maomé!
Ana de
Menezes e Castro era uma autêntica princesa cristã-nova. Nasceu e viveu
na longínqua Itaparica, enquanto seus primos freqüentavam os melhores
salões da Europa. A ela coube apenas o desterro e a solidão de não ter
iguais com quem se dar, o que culminou na sua estúpida morte.
Do céu, onde deve
estar, ela contempla sua descendência e pode orgulhar-se de seu 9° neto,
Chico Buarque de Holanda, poeta e compositor, talvez o maior de todos.
Paulo Valadares
http://www.coisasjudaicas.com/search/label/judeus%20no%20Brasil?max-results=7
Agora eu entendi o por que do Brasil ser o pais da ROUBALHEIRA !
ResponderExcluireu tento falar pras pessoas isso! mas elas não usam o cerebro!
ExcluirFaltou falar dos verdadeiros motivos pelos quais os judeus tem sido "perseguidos" e expulsos dos lugares aonde se instalam, que é a questão dos sacrificios de sangue,tanto de animais como de seres humanos inocentes, que eles se referem como Goy,gado em hebráico, goyin no plural. Principalmente de crianças cristãs, reproduzindo da forma mais torpe possivel o que fizeram com Jesus, o Cristo. De forma cruel assassinando lenta e penosamente e oferecendo como alimento ao seu deus/demonio Jeová/Moloch, que é o mesmo deus demonio das nações e tribos inimigas, que exigia sacrificios de sangue de inocentes.
ResponderExcluirO mesmo deus demonio que se divertia mandando moisés sair do Egito e pelas costas "endurecia o coração do Faraó, para não deixa-lo ir embora . Ora isso é comportamento de um Deus que teria criado o universo ou de um demonio vil e torpe, que se compraz com a guera e o conflito inúteis entre as pessoas e os povos ! ?
O mesmo costume praticado por Abraão , de oferecer seu filho em sacrificio , é ainda hoje praticado entre eles, publicamente com animais nas Sinagogas,em algumas pelo menos,e com seres humanos privadamente.
O assunto está fartamente documentado através da história, apesar de toda tentativa de supressão , de divulgação desses fatos, por parte dos judeus , principalmente os dirigentes das comunidades judaicas,de elite, afinal não ia ser bom para os negócios!
O baixo-satanismo como o conhecemos, tem origem nas práticas religiosas judaicas, que por sua vez tem origem na pior parte das culturas da antiguidade, o lado mais obscuro, cruel e sinistro.
Deem uma olhada no video-documentário : "Jewish Ritual Murder"(Ritual judaico de morte), altamente detalhado, com provas históricas disto !Asesinato Ritual Judio - Jewish Ritual Murder (docu + evidencia al final)https://youtu.be/XUII6CXc_1k (legendado, na página em questão há vários outros, em ingles ,español e port.
Quero deixar claro que não sou contra nada nem ninguém , nem contra o judaísmo em se, menos ainda contra a Kabala, mas contra a má aplicação dos conceitos, seja religiosos, misticos, esotéricos e científicos, seja de que disciplina for. E qualquer pessoa pode e deve usar para o bem, respeitando os outros e demais grupos, seus conhecimentos e práticas,sejam eles religiosos, metafísicos ou o que seja !
Mas a verdade tem que ser dita, doa a quem doer, não pode ser escondida, todas as religiões erram e já erraram, como demais atividades humanas, mas ela não pode ser utilizada como desculpa ou permissão para adoção de pensamentos e o cometimento de atos que envergonham , denigrem e degradem o ser-humano, individual e coletivamente falando.
Inclusive a instituição da Inquisição, foi levada a cabo , na peninsula Hibérica, justamente por conta de casos, como os citados,em que já existia suspeitas, de utilização de crianças cristãs par rituais de morte sangrenta por parte dos judeus, mas quando houve a confirmação com provas, é que foi baixado o édito de expulsão dos judeus pelos Reis espanhóis, detalhe o condutor-mor(Torquemada e boa parte dos inquisidores eram judeus de origem, ex-judeus e conversos e eram conhecedores por dentro e sabiam das práticas judaicas.
ResponderExcluirPor parte de minha avó paterna JUSTINIANA PEREIRA, e meu avô paterno que eram primos carnais: descendo de D. NUNO ÁLVARES PEREIRA e PEDRO ÁLVARES CABRAL: descobridor do BRASIL. O pai do meu avô paterno, era da família SANTOS: também de origem portuguesa-judaica. Talvez seja por isso que sempre tive, identificação directa: com o judaísmo. E por descender de PEDRO ÁLVARES CABRAL: venho fazendo as maiores descobertas científicas: de todos os tempos.
ResponderExcluirComo por exemplo:
Que já vivíamos há muito tempo atrás, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, e que já estamos bem próximos: apenas do FIM da mesma.
Abaixo, CINCO provas inequívocas e incontestáveis, que comprovam estarmos vivendo há muito tempo atrás sem que ninguém até antes de mim soubesse, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA:
1° PROVA:
Predominância Maior Atômica-Molecular De Nossos Corpos: ÁGUA.
2° PROVA:
Predominância Maior De Cobertura De Superfície Do Nosso Planeta: ÁGUA.
3° PROVA:
ÁGUA: Molécula Formada Por 2 ÁTOMOS De HIDROGÊNIO + 1 ÁTOMO De OXIGÊNIO “H²O”, 2+1=3: que corresponde justamente a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA: que ainda vivemos.
4° PROVA:
ÁGUA, ELEMENTO sempre encontrado em 3 estados físicos: ESTADO LÍQUIDO, ESTADO GASOSO e ESTADO SÓLIDO: 3, correspondente a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA: que ainda vivemos.
5° PROVA:
Nosso Planeta-H... “H” de habitável que chamam erradamente de TERRA: encontra-se justamente na 3° posição orbital: em relação ao SOL.
Com tantas provas inequívocas e incontestáveis, que atestam e evidenciam, estarmos vivendo a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, sem que ninguém até antes de mim, soubesse:
Desafio todos da ciência mundial, a provarem que estou errado: e saberem o que sei.
Não só sobre as ERAS PREDOMINANTES ELEMENTARES, como também: a respeito de muito mais.
Entendam que quando digo, estarmos vivendo há muito tempo atrás a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, sem que ninguém até antes de mim, soubesse:
Refiro-me a humanidade, vivendo desde o início da 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA até 10.3.2015, dia em que fui submetido a um rigorosíssimo teste extraplanetário: de inteligência.
A partir dessa Intervenção EXTRAPLANETÁRIA, tornei-me ciente da existência de uma maravilhosa ENERGIA, desconhecida por todos que habitam: nosso Planeta-H.
Tornei-me também, único doutor em MÚLTIPLA CIÊNCIA ENERGÉTICA, que por ser extremamente ampla, contempla e explica até mesmo todos os FENÔMENOS: RELATIVOS A FÍSICA-QUÂNTICA.
Fenômenos que por serem de alta-complexidade e difícil entendimento, jamais foram compreendidos: por ALBERT EINSTEIN.
Descobertas científicas que fiz, comprovam alguns registros: contidos na TORAH-HEBRAICA.
Tudo que até aqui afirmei e afirmarei doravante como MÚLTIPLO CIENTISTA ENERGÉTICO, fundamenta-se em lógicas, com apresentações de provas inequívocas: e incontestáveis.
AFIRMO TAMBÉM:
Por ser TERRA apenas um dos ELEMENTOS, assim como FOGO, ÁGUA, AR e EC, também são:
Os que denominaram o Planeta-H que habitamos, como TERRA: equivocaram-se totalmente.
Mediante o afirmado por mim, de que já vivíamos há muito tempo atrás sem que ninguém soubesse, a 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, com CINCO provas inequívocas e incontestáveis, apresentadas no início deste:
Afirmo também e provarei, que já entramos no processo de TRANSIÇÃO DE PREDOMINÂNCIA ELEMENTAR, da 3° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO ÁGUA, que ainda vivemos: para a 4° ERA PREDOMINANTE DO ELEMENTO AR: que está chegando.
O que explica claramente e verdadeiramente: o perceptível AQUECIMENTO GLOBAL.
Para informar-se de tudo, e muito mais:
Acesse o blog: www.multiplacienciaenergetica.blogspot.com
Leia gratuitamente o REVELANDO OCULTOS, e participe do desafio.
Abraços;
ÚNICO DOUTOR EM MÚLTIPLA CIÊNCIA ENERGÉTICA.